Declaro oficialmente encerrado as postagens neste blog.
Em breve, divulgarei via Orkut e Twitter meu novo blog.
Atenciosamente,
Gabriel Mialchi (do mal hehehe)
www.twitter.com/mialchi
quinta-feira, 22 de abril de 2010
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Come e dorme e sente orgulho disso
Expresse!
Expressar é a palavra do momento.
Deixe que falem tudo o que querem falar, e fale tudo o que você sempre quis. Por que a ordem do dia é expressar!
Descobri da pior forma possível a pior forma de egoísmo.
Lembra quando eu disse que todo mundo era egoísta? Se não lembra, rola um pouco mais pra baixo e leia.
Como eu dizia, a pior forma de egoísmo, é aquele que deixa o seu ego tão inflado por nada, que tudo o que uma pessoa faz é tão mais foda do que as outras pessoas que, essa pessoa do ego inflado, esquece-se de que as outras pessoas são assim como ela: carne e osso e sangue. E todas elas sangram quando sofrem.
Se o ego infla, a impressão das outras pessoas inflama. E quando fica doentio, nada é mais decadente do que assistir o ego inflado da pessoa sendo inflamado aos poucos enquanto todo o valor que você dava a ela aos poucos some e desaparece, junto com a aspirina que a gente toma no começo do dia, junto com o cafézinho. O mesmo cafézinho que nos dá força para viver mais um dia com um ego inflamado por perto...
Santo cafézinho, santa aspirina.
Expressar é a palavra do momento.
Deixe que falem tudo o que querem falar, e fale tudo o que você sempre quis. Por que a ordem do dia é expressar!
Descobri da pior forma possível a pior forma de egoísmo.
Lembra quando eu disse que todo mundo era egoísta? Se não lembra, rola um pouco mais pra baixo e leia.
Como eu dizia, a pior forma de egoísmo, é aquele que deixa o seu ego tão inflado por nada, que tudo o que uma pessoa faz é tão mais foda do que as outras pessoas que, essa pessoa do ego inflado, esquece-se de que as outras pessoas são assim como ela: carne e osso e sangue. E todas elas sangram quando sofrem.
Se o ego infla, a impressão das outras pessoas inflama. E quando fica doentio, nada é mais decadente do que assistir o ego inflado da pessoa sendo inflamado aos poucos enquanto todo o valor que você dava a ela aos poucos some e desaparece, junto com a aspirina que a gente toma no começo do dia, junto com o cafézinho. O mesmo cafézinho que nos dá força para viver mais um dia com um ego inflamado por perto...
Santo cafézinho, santa aspirina.
sábado, 20 de março de 2010
Uma meia de cada cor
Aviso: Esse é um post sobre indignação.
Quando comecei o meu curso de jornalismo, ouvi, de um professor, jornalista e teólogo, algo que, ao longo do primeiro ano, me fez ter certeza de que eu estava no lugar certo.
"Busque, dentro do seu curso, a sua especialização. Ninguém é bom em TUDO, então, faça apenas aquilo que você é 100%"
E eu me considero 100% em alguma coisa, e eu busquei isso ao longo do primeiro ano.
Primeiro, a minha pauta era falar que uma ONG oferecia uma oportunidade de artistas gravarem seus cds a um baixíssimo custo, e a ONG cuidava do marketing da banda, dentro e fora do Brasil.
Segundo o meu professor de Jornalismo Impresso, não era jornalístico.
Depois, elaborei uma pauta que falava que existe um lugar em Campinas que cede espaço exclusivamente para artistas que tocam músicas próprias.
Meu professor de Jornalismo Auviovisual não considerou jornalístico.
Fiz uma pauta pra mostrar que os artistas se vendem ao entrar na mídia. Quis dar um foco regional, usando bandas de Campinas e região, uma reportagem que mostrava a busca das bandas pela fama e como elas encaravam isso.
Minha professora de Criatividade em Jornalismo disse que isso era "óbvio" demais.
Acreditando que o ano de 2010 seria diferente, por estarmos no segundo ano, com professores que julgávamos mais abertos a assuntos culturais, elaborei uma pauta que mostra um grupo de estudantes de Midialogia, na Unicamp, que, sem apoio nenhum, inclusive da própria faculdade, está produzindo uma banda. CD, Clipe, DVD.
Minha professora de Telejornalismo disse que não consegue ver "jornalismo" nesse assunto.
Então, a questão é: O que é jornalismo? Mostrar buraco na rua? Acordos políticos? Mostrar bunda, bola e sangue?
Porque o jornalismo cultural é mal visto, enquanto vemos matérias de vinte minutos nas TVs pra falar que o Santos trouxe o Robinho, o Corinthians o Ronaldo e o Roberto Carlos, o Palmeiras o Wagner Love e o Flamengo o Adriano?
O que é que tem de errado em mostrar ao público uma problemática cultural?
Pensando nisso, notei que a faculdade de jornalismo da PUC-Campinas é um tanto quando falha em infraestrutura.
Gastaram milhões de reais para a construção de ilhas de edição e estúdios de ótima qualidade mas não pensaram em algo um tanto quanto óbvio: o campus da PUC onde se encontra a Faculdade de Jornalismo fica a pelo menos 20 minutos do centro da cidade, de carro.
Nos resta então, fazer 4 anos de faculdade, falando do problema do trânsito do Campus, as novas direções, os desafios dos novos estudantes, trotes e coisas relacionadas exclusivamente à faculdade.
Eles até deixam a gente sair da área estudantil para elaborar matérias, mas para chegar ao local da gravação da matéria, fica por conta do aluno o deslocamento do equipamento. E não pode ser nem de ônibus e nem de moto.
Caso você, leitor (talvez o único do meu blog), ainda não tenha entendido o que eu disse: Só faz uma matéria digna quem tem um carro. Porque, além de pagar MIL REAIS por mês pra ter o direito de estudar, ainda temos de ter um carro e bancar do nosso bolso.
Daí a gente entende porque a Cásper Líbero é a MELHOR faculdade de Jornalismo do Brasil: Ela fica bem no MEIO da AVENIDA PAULISTA. Onde tudo acontece.
Pode até não acontecer nada no centro de Campinas. Mas ajudaria um bocado, não é mesmo?
Ao invés disso, temos no prédio central da PUC a faculdade de Direito.
Quando comecei o meu curso de jornalismo, ouvi, de um professor, jornalista e teólogo, algo que, ao longo do primeiro ano, me fez ter certeza de que eu estava no lugar certo.
"Busque, dentro do seu curso, a sua especialização. Ninguém é bom em TUDO, então, faça apenas aquilo que você é 100%"
E eu me considero 100% em alguma coisa, e eu busquei isso ao longo do primeiro ano.
Primeiro, a minha pauta era falar que uma ONG oferecia uma oportunidade de artistas gravarem seus cds a um baixíssimo custo, e a ONG cuidava do marketing da banda, dentro e fora do Brasil.
Segundo o meu professor de Jornalismo Impresso, não era jornalístico.
Depois, elaborei uma pauta que falava que existe um lugar em Campinas que cede espaço exclusivamente para artistas que tocam músicas próprias.
Meu professor de Jornalismo Auviovisual não considerou jornalístico.
Fiz uma pauta pra mostrar que os artistas se vendem ao entrar na mídia. Quis dar um foco regional, usando bandas de Campinas e região, uma reportagem que mostrava a busca das bandas pela fama e como elas encaravam isso.
Minha professora de Criatividade em Jornalismo disse que isso era "óbvio" demais.
Acreditando que o ano de 2010 seria diferente, por estarmos no segundo ano, com professores que julgávamos mais abertos a assuntos culturais, elaborei uma pauta que mostra um grupo de estudantes de Midialogia, na Unicamp, que, sem apoio nenhum, inclusive da própria faculdade, está produzindo uma banda. CD, Clipe, DVD.
Minha professora de Telejornalismo disse que não consegue ver "jornalismo" nesse assunto.
Então, a questão é: O que é jornalismo? Mostrar buraco na rua? Acordos políticos? Mostrar bunda, bola e sangue?
Porque o jornalismo cultural é mal visto, enquanto vemos matérias de vinte minutos nas TVs pra falar que o Santos trouxe o Robinho, o Corinthians o Ronaldo e o Roberto Carlos, o Palmeiras o Wagner Love e o Flamengo o Adriano?
O que é que tem de errado em mostrar ao público uma problemática cultural?
Pensando nisso, notei que a faculdade de jornalismo da PUC-Campinas é um tanto quando falha em infraestrutura.
Gastaram milhões de reais para a construção de ilhas de edição e estúdios de ótima qualidade mas não pensaram em algo um tanto quanto óbvio: o campus da PUC onde se encontra a Faculdade de Jornalismo fica a pelo menos 20 minutos do centro da cidade, de carro.
Nos resta então, fazer 4 anos de faculdade, falando do problema do trânsito do Campus, as novas direções, os desafios dos novos estudantes, trotes e coisas relacionadas exclusivamente à faculdade.
Eles até deixam a gente sair da área estudantil para elaborar matérias, mas para chegar ao local da gravação da matéria, fica por conta do aluno o deslocamento do equipamento. E não pode ser nem de ônibus e nem de moto.
Caso você, leitor (talvez o único do meu blog), ainda não tenha entendido o que eu disse: Só faz uma matéria digna quem tem um carro. Porque, além de pagar MIL REAIS por mês pra ter o direito de estudar, ainda temos de ter um carro e bancar do nosso bolso.
Daí a gente entende porque a Cásper Líbero é a MELHOR faculdade de Jornalismo do Brasil: Ela fica bem no MEIO da AVENIDA PAULISTA. Onde tudo acontece.
Pode até não acontecer nada no centro de Campinas. Mas ajudaria um bocado, não é mesmo?
Ao invés disso, temos no prédio central da PUC a faculdade de Direito.
quinta-feira, 11 de março de 2010
Ego, ego, ísta...
"Todo ser humano é egoísta por natureza"
E essa foi a frase da minha semana. E eu descobri que era a frase de toda a minha vida. Eu egoísta?
Eu tive tanto medo, durante tantos anos de ser taxado como egoísta, caloteiro e trambiqueiro, mas no fundo, eu sou mesmo. Fazer o quê?
E quem não é?
Se eu não fosse egoísta, eu não teria nada. Nada objeto, nada sentimental, nenhuma experiência de vida. Eu quero viver a minha vida, quero ter as minhas coisas e as minhas conquistas. E não dá-las as pessoas que não fazem parte disso.
E eu sou egoísta mesmo e eu desenvolvi um egoísmo que, até esses dias eu não suportava mas tive de aprender a gostar, devido a convivência.
Pra não dizer que eu digo meias verdades, em "convivência" leia: TODOS os lugares.
Mas eu passei a ser egoísta com minhas palavras, meus pensamentos e meus sentimentos. Se são meus, talvez eu não queira dividir com ninguém.
Mas isso eu aprendi na raça. Desde que eu me dou por gente, eu aprendi a não por eles pra fora 1- porque ninguém se importa ou ouve e 2- porque quando exposto seus medos e segredos, todos o usam contra você mesmo.
E quem, senão eu mesmo, pra ser o meu pior inimigo? Quem me conhece melhor do que eu? Sabe dos meus segredos incontáveis? Dos meus pensamentos, idéias e ideais?
Sou egoísta e falo pouco e me expresso pouco.
O que ninguém sabe é que eu sei me expressa MUITO melhor do que aquilo que as pessoas estão acostumadas a ver.
"Como assim?"
Eu não disse que era egoísta com tudo o que era meu, desde o começo?
E essa foi a frase da minha semana. E eu descobri que era a frase de toda a minha vida. Eu egoísta?
Eu tive tanto medo, durante tantos anos de ser taxado como egoísta, caloteiro e trambiqueiro, mas no fundo, eu sou mesmo. Fazer o quê?
E quem não é?
Se eu não fosse egoísta, eu não teria nada. Nada objeto, nada sentimental, nenhuma experiência de vida. Eu quero viver a minha vida, quero ter as minhas coisas e as minhas conquistas. E não dá-las as pessoas que não fazem parte disso.
E eu sou egoísta mesmo e eu desenvolvi um egoísmo que, até esses dias eu não suportava mas tive de aprender a gostar, devido a convivência.
Pra não dizer que eu digo meias verdades, em "convivência" leia: TODOS os lugares.
Mas eu passei a ser egoísta com minhas palavras, meus pensamentos e meus sentimentos. Se são meus, talvez eu não queira dividir com ninguém.
Mas isso eu aprendi na raça. Desde que eu me dou por gente, eu aprendi a não por eles pra fora 1- porque ninguém se importa ou ouve e 2- porque quando exposto seus medos e segredos, todos o usam contra você mesmo.
E quem, senão eu mesmo, pra ser o meu pior inimigo? Quem me conhece melhor do que eu? Sabe dos meus segredos incontáveis? Dos meus pensamentos, idéias e ideais?
Sou egoísta e falo pouco e me expresso pouco.
O que ninguém sabe é que eu sei me expressa MUITO melhor do que aquilo que as pessoas estão acostumadas a ver.
"Como assim?"
Eu não disse que era egoísta com tudo o que era meu, desde o começo?
domingo, 28 de fevereiro de 2010
Quando eu dei o primeiro passo pra fora de casa, eu fechei os olhos e comecei a correr. Quando abri, havia se passado um ano e eu estava no mesmo lugar e as coisas estavam todas no mesmo lugar.
Eram tão poucas as mudanças que eu mal percebi ou senti um ano inteiro que havia se passado.
Exceto pela cadeira debaixo da escada, a televisão num ângulo diferente e alguns talheres, vasinhos de flores e coisas pequenas, dessas que ninguém nem repara que estão por ali...
Mesmo depois de quase um ano fora de casa, a sensação que tive ao passar pelo portão foi de que fazia apenas uma semana que eu estive fora. Inclusive por estar usando exatamente as mesmas roupas de quando eu a deixei.
Fora a barba e o cabelo comprido, eu ainda era a mesma pessoa. Um pouco diferente, claro, mas a mesma pessoa.
Apesar de ter corrido por um ano com os olhos fechados, meus ouvidos estavam atentos, e eu ouvi tudo o que vocês me disseram e posso me lembrar com exatidão de tudo o que aconteceu nesse ano.
E apesar de os olhos estarem fechados, o ano foi muito claro e colorido, pois assim quis a minha imaginação, que tomou conta da maior parte do meu ano.
Preferi imaginar uma vida ao sentir uma vida. E isso, talvez, tenha sido saudável pra mim. Pelo menos, desde que abri os olhos, e me encontrei no mesmo lugar, não senti o quão pesado havia sido ter passado um ano tomando decisões num escuro nonsense que foi a minha vida.
Fechei os olhos, mas mantive o coração aberto, e apesar de ter imaginado muitas coisas ao invés de vivê-las verdadeiramente, quem entrou nele não é da conta de ninguém!
Eram tão poucas as mudanças que eu mal percebi ou senti um ano inteiro que havia se passado.
Exceto pela cadeira debaixo da escada, a televisão num ângulo diferente e alguns talheres, vasinhos de flores e coisas pequenas, dessas que ninguém nem repara que estão por ali...
Mesmo depois de quase um ano fora de casa, a sensação que tive ao passar pelo portão foi de que fazia apenas uma semana que eu estive fora. Inclusive por estar usando exatamente as mesmas roupas de quando eu a deixei.
Fora a barba e o cabelo comprido, eu ainda era a mesma pessoa. Um pouco diferente, claro, mas a mesma pessoa.
Apesar de ter corrido por um ano com os olhos fechados, meus ouvidos estavam atentos, e eu ouvi tudo o que vocês me disseram e posso me lembrar com exatidão de tudo o que aconteceu nesse ano.
E apesar de os olhos estarem fechados, o ano foi muito claro e colorido, pois assim quis a minha imaginação, que tomou conta da maior parte do meu ano.
Preferi imaginar uma vida ao sentir uma vida. E isso, talvez, tenha sido saudável pra mim. Pelo menos, desde que abri os olhos, e me encontrei no mesmo lugar, não senti o quão pesado havia sido ter passado um ano tomando decisões num escuro nonsense que foi a minha vida.
Fechei os olhos, mas mantive o coração aberto, e apesar de ter imaginado muitas coisas ao invés de vivê-las verdadeiramente, quem entrou nele não é da conta de ninguém!
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Tão
como um sonho doido e cheio de esperanças
você apareceu
tão de repente, inconsequente
que todo sentimento dentro de mim
se misturou em um segundo
e agora eu não sei explicar
por que é que você foi embora
com olhos de fevereiro
fazendo o mundo inteiro
simplesmente pirar
toda avenida se confunde com a vida
e os carros passando debaixo da chuva
não fazem sentido
se a vida não continuar
a girar, a terra não para
mas por que motivo você
me diz pra parar
se a vida tão mesquinha tende a continuar
a prosseguir, a progredir
e a cidade não para de crescer
enquanto eu e você
perdidos nessa selva
sempre diminuindo, caindo
pra sempre numa fenda escura
e infinita
até quando um dia eu aprender a voar e deixar
de lado essa cidade escura e cinza
e você vai perdoar
meus erros que não são tão meus
são seus também
não me convém, falar de amor
se eu não quiser falar de amor
Estive olhando as postagens antigas e encontrei esse poema...
16 de julho de 2007
você apareceu
tão de repente, inconsequente
que todo sentimento dentro de mim
se misturou em um segundo
e agora eu não sei explicar
por que é que você foi embora
com olhos de fevereiro
fazendo o mundo inteiro
simplesmente pirar
toda avenida se confunde com a vida
e os carros passando debaixo da chuva
não fazem sentido
se a vida não continuar
a girar, a terra não para
mas por que motivo você
me diz pra parar
se a vida tão mesquinha tende a continuar
a prosseguir, a progredir
e a cidade não para de crescer
enquanto eu e você
perdidos nessa selva
sempre diminuindo, caindo
pra sempre numa fenda escura
e infinita
até quando um dia eu aprender a voar e deixar
de lado essa cidade escura e cinza
e você vai perdoar
meus erros que não são tão meus
são seus também
não me convém, falar de amor
se eu não quiser falar de amor
Estive olhando as postagens antigas e encontrei esse poema...
16 de julho de 2007
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Ainda sem título
Comecei a escrever e a intenção era fazer um conto para completar "O Espirro" e "O Flato"... Se chamaria "O Soco" mas acabei escrevendo, além desse, outros doze capítulos, continuação dessa história.
Sim, é ENORME o primeiro capítulo e eu pretendo terminar a história (já com 27 páginas A4 ou 53 A5).
PS: Alguns erros de sintaxe são propositais. Quem ler vai encontrá-los.
1. O Soco
E lá estava eu. Naquela posição patética, observando meu destino vindo em minha direção, como se nada mais nessa vida importasse. Aceitar ou não, não era uma opção que eu tinha o privilégio de escolher: Eu era designado a aceitar a situação que havia me sido imposta, e nada nem ninguém a essa altura poderia mudar.
***
Para entender melhor as coisas que aconteciam, serei breve nos acontecimentos que nada tem haver com o fato em questão.
Eram quase sete e quinze da manhã, quando o pátio estava alvoroçado de crianças perambulando pra lá e pra cá, desesperadas afim de encontrar o caminho para a sala de aula, divididas entre a conversa matinal sobre a tarde anterior e o triste destino de assistir mais uma aula tediosa, com algum professor, também, tedioso.
O sinal havia batido e eu estava caminhando rumo às escadarias que levavam ao 1º andar do prédio do meu colégio e, para isso, precisei atravessar a quadra onde o pessoal encerrava uma partida de futebol. Sim, uma partida de futebol de salão, as quase sete e quinze da manhã.
Como eu era um desses típicos alunos de inteligência elevada, eu resolvi correr, para alcançar mais rapidamente o meu objetivo, ficando com os melhores lugares da sala de aula, e talvez, esse tenha sido o maior erro do meu dia.
Ao dar os três primeiros passos em alta velocidade com sucesso, notei que alguém estava vindo em minha direção. Tentei dar um passo para o lado, afim de desviar do brutamontes que estava vindo, muito mais rápido que eu estava indo para a sala de aula, pra cima de mim. Dei um passo para a direita, mas ainda assim o brutamontes acertou o meu pé esquerdo, desengonçado pela sua alta estatura e peso, cambaleou e se esborrachou no chão emitindo um baque surdo ao cair contra a quadra poliesportiva.
Ao notar que a besta tinha caído, dei uma olhadinha meio que de “esgueio” para ver o que tinha acontecido, e vi um touro bufando, tentando se levantar e me olhando com os olhos mais vermelhos que pimenta malagueta.
Parei de correr por impulso e pensei em ir até ele e pedir desculpas e quem sabe oferecer a mão (mesmo que inutilmente) para que ele se levantasse, mas, entre o tempo em que eu tive essa idéia e de o meu corpo começar a reagir, o monstro deu um salto, apontando o dedo pra mim e dizendo “Eu e você, no intervalo, na quadra de trás!”
E a quadra de trás, bom... Lá era o lugar onde aconteciam as batalhas entre gangues da escola. Não era recomendável para pessoas abaixo da sexta série, salvo as que estivessem envolvidas com alguma gangue, ou nerds. Como eu.
Sendo convidado em público para comparecer as nove e trinta a tal recinto, por mais que eu evitasse, eu acabaria sendo levado pra lá de um jeito ou de outro, então, tentei não pensar nisso. E fui caminhando para a sala, lentamente, com um buraco enorme no peito, querendo não existir por mais ou menos uma semana.
Durante a longa caminhada até a sala de aula, muitas pessoas que passavam por mim me cumprimentavam, e me desejavam boa sorte, ou que pelo menos eu tentasse “proteger o máximo de mim possível, para que no dia seguinte eu permanecesse reconhecível, caso sobrevivesse”.
Caso sobrevivesse?
Ao sentar na carteira, tudo parecia normal, então, assisti as três primeiras aulas como se nada tivesse acontecido, mesmo percebendo que as pessoas da minha sala comentavam o fato o tempo todo, cochichando, alguns rindo e teve até alguém que disse “Coitado do moleque!”.
Quando deu o sinal para o intervalo, eu estava com a cara enfiada em algum livro de astrofísica e não pretendia largá-lo até que os vinte longos minutos passassem, ou que alguém viesse me dizer que o mostrengo estivesse há pelo menos mil quilômetros de distância. Ainda assim, eu estaria com as pernas tremendo um bocado.
Ao sair o último aluno, a professora me olhou com cara de dó e disse “Você não pode ficar na sala querido, leia seu livrinho no pátio”, mas ela não entendia que minha vida corria perigo. Senti vontade de dizer a verdade pra ela, mas seria pior, porque daí ele me daria uns sopapos fora da escola. E isso, com certeza, não era algo que havia planejado para o meu triste fim.
Me levantei tristemente e dei passos curtos e demorados antes de sair da sala, para permanecer o máximo possível dentro dela. Esqueci o meu lanche de propósito também, e voltei para pegar. Andando bem devagar.
Quando finalmente saí da sala, esperando que tivesse passado pelo menos quinze minutos, olhei para o relógio e vi que na verdade havia passado apenas cinco. Corri para o banheiro, mas, no caminho fui abordado por algum moleque espinhento da oitava série que me viu e falou “Alá o maluco que vai dar uns pau no Bigoooode!” meio ritmado.
Bigode: era o apelido do brutamontes que me jurou de morte. Imagina uma pessoa com quinze anos e na sexta série. Eu tinha na época treze e estava na sétima. Ele era grande, muito grande e gordo, muito gordo. Suava o tempo todo, até no frio, o seu uniforme ficava grudado no seu corpo, devido a gordura e ao suor. O cabelo dele nunca estava penteado e era meio curto. Tinha os olhos de peixe morto e nunca ficava com a boca completamente fechada. O maxilar inferior era um pouco puxado pra fora, o que lhe dava um aspecto meio... primata. Tinha uma monosselha e uma costeleta muito mal elaborada. E o pior de tudo: ele tinha bigode. Muito bigode. Desde que era criança ele tinha um buço no rosto que lhe deixava com cara de retardado. Uma vez deram de aniversário de doze anos pra ele um barbeador descartável. A voz dele era fina e sonsa, falava devagar e media muito bem as palavras. E por incrível que pareça, conseguia falar tudo errado.
Como havia sido impedido de ir ao banheiro, fui caminhando para o meio do pátio, e todo mundo me olhava. E eu nunca havia sido popular. Nunca havia sequer conversado com uma garota sem gaguejar e começar a falar de coisas como: física nuclear e matemática aplicada.
Comecei a me sentir pequeno. Menor do que eu já era. Caminhei para qualquer direção, olhando para os lados, para cima, para baixo, até que esbarrei em alguém.
E foi nessa hora que eu olhei para frente e me senti o cara mais azarado que poderia existir no universo todo.
Por mais óbvio que possa parecer, sim, eu havia esbarrado nele mesmo, na besta quadrada, no touro famigerado pelo meu sangue, na aberração da natureza, ele; o Bigode.
Quando todo mundo se deu conta, já criaram um circulo entre a gente e começaram a gritar “BRÍ-GA! BRÍ-GA! BRÍ-GA!”. Eu olhei para todos os lados, desesperado e pensei em me enfiar no meio das pessoas, mas provavelmente, me jogariam lá dentro da arena novamente. Mas nem por isso não tentei fazê-lo. Me enfiei entre as pernas de umas meninas que estavam olhando desesperadas para a gente, e logo que passei pela primeira fileira de espectadores, alguém me agarrou pelo colarinho e me puxou para cima. E nessa hora, não vi mais meu livro de astrofísica, que escapou da minha mão e foi para o meio da galera.
E lá estava eu novamente, no meio da arena, com o abominável homem-menino.
Pensei em todas as formas de conter a briga. Pensei em não fazer nada. Pensei em correr alucinadamente, pensei em fingir ter um surto, pensei em desmaiar. Mas, enquanto eu pensava, meu corpo fez um movimento involuntário, e quando eu me dei conta, me irritei comigo mesmo.
Coloquei as mãos diante do rosto, assim como faz um pugilista, e separei um pouco as pernas, para manter o equilíbrio, e comecei a dar passinhos estratégicos: levantando primeiro a perna esquerda e depois a direita, como quem estivesse pronto para um combate mortal.
Estava pensando em sair voando, mas eu ainda não tinha desenvolvido essa habilidade. Pensei então em lançar um hadouken, mas também não sabia como fazê-lo. Fiquei então, lá, dando os passinhos e observando o troglodita.
Os movimentos dele por sua vez, eram diferentes dos meus: Ele andava de lado, pra lá e pra cá, com os braços pendendo, soltos, quando ele ia pro lado, os braços iam pro lado oposto, como se fosse culpa da inércia. De vez em quando, dava uns saltinhos e invertia a posição do corpo e do movimento.
E ficamos nisso por um bom tempo: todos querendo ver meu sangue, ele indo pra lá e pra cá e eu dando passinhos.
Foi quando eu estava começando a achar graça da brincadeira que eu notei que o touro famigerado estava vindo em minha direção, não mais para os lados, enquanto eu dava passinhos. Pensei em abaixar. Seria uma boa, ele erraria o golpe e eu poderia sair correndo pelo meio das pessoas. Ou poderia desviar e acertar-lhe um chute nas genitais; o que faria de mim um herói com certeza, tipo Davi e Golias. Depois, pensei em agarrar seu braço e aplicar-lhe um golpe de jiu-jitsu. Pensei em dar um pulo de lado e acertar um chute em seu rosto enquanto pendia no ar. Pensei em desviar e passar-lhe uma rasteira. Pensei, mas tudo que eu conseguia fazer era... dar os passinhos.
Quando me dei conta, sua mão estava muito próxima de mim. E eu pensei tanto, que não tive tempo de decidir qual dos movimentos citados eu usaria contra ele.
***
Entenda algo sobre mim: eu era baixinho, ruivo, com sardinhas, confesso que meio cabeçudo. Era magro e falava enrolado e usava um óculos grande. Eu nunca tive muitos amigos na escola, e a maioria deles se juntavam a mim para poder ir bem nos grupos de estudos ou provas em dupla. Eu sabia disso, mas fingia não saber pois, se eu ficasse ignorando o fato de que esse seria o único jeito de alguém se aproximar de mim, eu não seria amigo de ninguém.
Então, eu deixava a vida ir acontecendo. Gaguejando e estudando para me tornar alguém importante e notável, coisa que eu nunca tinha sido em toda a minha infância e adolescência.
E lá estava eu. Naquela posição patética, observando meu destino vindo em minha direção, como se nada mais nessa vida importasse. Aceitar ou não, não era uma opção que eu tinha o privilégio de escolher: Eu era designado a aceitar a situação que havia me sido imposta, e nada nem ninguém a essa altura poderia mudar.
Eu dava passinhos enquanto o abominável partia pra cima de mim. Cada vez mais se aproximava e eu apenas conseguia dar passinhos. Quando sua mão estava a mais ou menos um centímetro de distância, aí sim eu consegui reagir. E confesso, não foi uma atitude inteligente.
Ao perceber que sua mão iria me acertar inevitavelmente, tomei uma importante decisão e consegui realizar um movimento: fechei os olhos e depositei todas as minhas forças nas pálpebras. Também apertei mais as mãos e senti minhas unhas machucando a palma da minha mão. Tentei também virar o rosto pra algum lado e continuava a dar os passinhos. Ah, os passinhos...
A mão dele passou por entre as minhas que protegiam inutilmente meu rosto e me acertou numa região triangular. Imagine três pontos do seu rosto: a pupila do olho, a ponta do nariz e o ossinho da mação do rosto, na bochecha. Imagine que esses três pontos formam um triângulo. Essa região foi a escolhida pela mão dele que chegou com tudo em mim e nem me avisou. Quando ele me acertou a primeira coisa que eu pensei foi “Passinhos idiotas!”. Senti meus óculos entortando e tentando saltar do meu rosto, mas sem sucesso. Senti também que meu corpo havia sido arremessado para trás e que eu voei pelo menos uns dois metros do meu ponto de origem.
Enquanto eu era arremessado, o tempo pareceu diminuir drasticamente. Enquanto sentia que meus pés saiam do chão, tive tempo de fazer uma profunda reflexão sobre as relações interpessoais, de como nós somos julgados e culpados por pequenas coisas, que nem sempre merecem levar a culpa de alguém, ou que as vezes nem mesmo tem a culpa de alguém. Naquele momento, enquanto o Bigode extinguia toda a sua raiva em mim, eu apenas me deixava levar pelo empurrão levado carinhosamente. Flutuei como uma pluma e me senti Deus por um segundo. O tempo de queda, além de demorado, foi um tanto quanto silencioso. E pensar que há um segundo atrás eu mal conseguia me concentrar por causa da barulheira das pessoas querendo que meu sangue jorrasse por aí. Pensei então em como nós estávamos sendo um tanto quando retro, ao simular um combate dentre gladiadores, com arena e tudo o mais. Poderíamos apenas apertar as mãos e fingir que nada havia acontecido. Então, eu pensei “Aconteceu alguma coisa pra eu estar aqui levando esse soco?” e eu senti que meu corpo finalmente tocou o chão.
Senti um torpor tomar conta de mim rapidamente e eu não mais sentia ou pensava em coisa alguma.
Quando a primeira molécula do meu ombro relou no chão, que foi a primeira parte, o tempo voltou ao normal e eu caí no chão como uma laranja podre: caí e do jeito que eu caí eu fiquei. Quando eu caí, não houve aquele baque surdo que nem o Bigode. Apenas cai e ali fiquei. Abri os olhos e notei que eu estava numa posição um tanto quanto desvirtuada. Não consegui enxergar nada, pois meus óculos estavam tão tortos que uma das lentes mirava para baixo e a outra para o lado. Como eles ainda se sustentaram no meu rosto eu não saberia dizer nem se estudasse a fundo o problema.
Abri os olhos e tive a sensação de estar levando outro golpe no mesmo lugar, mas dessa vez era apenas a dor que estava chegando. Eu sempre achei que a dor acontecia no exato momento em que se leva o soco. Por nunca ter levado um, nunca soube exatamente como era. Mas eu comecei a sentir o rosto quente e a dor estava tamanha que eu não mais pensava em nada. O resto do rosto estava adormecendo e eu sentia apenas o triângulo.
Aos poucos, a sensação de torpor foi passando e eu comecei a ouvir novamente os berros alucinados das pessoas em volta indo ao delírio com o golpe do Bigode. Tentei me levantar, mas senti que estava ainda tonto, então, levantei a cabeça para olhar ao redor, e vi o Bigode fazendo umas poses engraçadas de campeão. Como aqueles caras do Mister Universo fazem para exibir os músculos. E coitado, ninguém falou pra ele que ele só tinha banha pra mostrar...
Consegui me levantar por partes: cabeça primeiro, depois, me apoiei em um braço e levantei um ombro, me apoiei no outro e levantei o outro e, quando o torpor havia passado, consegui me sustentar em pé. Não estava com o equilíbrio perfeito, pois, a julgar pela minha posição, eu estava parecendo alguém que sobe num skate pela primeira vez e desce uma ladeira de noventa graus. Tentei manter o equilíbrio e o corpo ereto e então vi que o troglodita se virava pra mim novamente. Desta vez, o tempo novamente andou mais devagar e eu tive tempo de pensar com calma no que fazer.
Mesmo não enxergando direito, pude deduzir algumas coisas, como por exemplo, as partes do corpo dele. Notei que ele andava em minha direção, mas desta vez, sem tentar outro golpe, apesar de manter as mãos fechadas. Mexi nos óculos para ver alguma coisa e ao olhar pro rosto dele, notei que ele ria, e me olhava como um ogro olha sua presa. Olhei ao redor e as pessoas estavam quase se entregando ao orgasmo quando eu tomei uma importante decisão.
Calculei os passos dele e me afastei por uns 30 centímetros, que foram friamente calculados. Conforme ele se aproximava, a sua velocidade aumentava gradativamente e, ao empunhar as mãos novamente para me golpear, eu dei um pequeno salto para trás.
Sim, desta vez eu não protegia o rosto com as mãos como faz um pugilista e não estava dando os passinhos ridículos. Eu estava bravo e pretendia ir para a casa logo. Meu rosto estava fervendo e eu estava com uma tremenda vontade de me atirar ao chão e fazer um escândalo. Mas não o fiz. Não desta vez.
Ao me esquivar do seu segundo golpe, que foi idêntico ao primeiro, notei que ele abaixou a guarda totalmente e meti-lhe um chute nos bagos e saí correndo, não desejando ver a expressão dele. Me enfiei no meio das pessoas mas desta vez não fui agarrado pelo colarinho. Corri e vi que haviam dois monitores e o diretor indo em direção à briga. “Tarde demais” pensei...
***
No dia seguinte, após meu rosto ter passado por 5 cores diferentes: cor de pele, vermelho, rosa, amarelo e roxo, eu estava sentado do lado do tiranossauro na sala do diretor. Levávamos uma bronca, mas de uma coisa eu tenho certeza: Apesar de meu rosto estar deformado, inchado e multicolorido, o dano que eu fiz nele foi bem mais notável!
Sim, é ENORME o primeiro capítulo e eu pretendo terminar a história (já com 27 páginas A4 ou 53 A5).
PS: Alguns erros de sintaxe são propositais. Quem ler vai encontrá-los.
1. O Soco
E lá estava eu. Naquela posição patética, observando meu destino vindo em minha direção, como se nada mais nessa vida importasse. Aceitar ou não, não era uma opção que eu tinha o privilégio de escolher: Eu era designado a aceitar a situação que havia me sido imposta, e nada nem ninguém a essa altura poderia mudar.
***
Para entender melhor as coisas que aconteciam, serei breve nos acontecimentos que nada tem haver com o fato em questão.
Eram quase sete e quinze da manhã, quando o pátio estava alvoroçado de crianças perambulando pra lá e pra cá, desesperadas afim de encontrar o caminho para a sala de aula, divididas entre a conversa matinal sobre a tarde anterior e o triste destino de assistir mais uma aula tediosa, com algum professor, também, tedioso.
O sinal havia batido e eu estava caminhando rumo às escadarias que levavam ao 1º andar do prédio do meu colégio e, para isso, precisei atravessar a quadra onde o pessoal encerrava uma partida de futebol. Sim, uma partida de futebol de salão, as quase sete e quinze da manhã.
Como eu era um desses típicos alunos de inteligência elevada, eu resolvi correr, para alcançar mais rapidamente o meu objetivo, ficando com os melhores lugares da sala de aula, e talvez, esse tenha sido o maior erro do meu dia.
Ao dar os três primeiros passos em alta velocidade com sucesso, notei que alguém estava vindo em minha direção. Tentei dar um passo para o lado, afim de desviar do brutamontes que estava vindo, muito mais rápido que eu estava indo para a sala de aula, pra cima de mim. Dei um passo para a direita, mas ainda assim o brutamontes acertou o meu pé esquerdo, desengonçado pela sua alta estatura e peso, cambaleou e se esborrachou no chão emitindo um baque surdo ao cair contra a quadra poliesportiva.
Ao notar que a besta tinha caído, dei uma olhadinha meio que de “esgueio” para ver o que tinha acontecido, e vi um touro bufando, tentando se levantar e me olhando com os olhos mais vermelhos que pimenta malagueta.
Parei de correr por impulso e pensei em ir até ele e pedir desculpas e quem sabe oferecer a mão (mesmo que inutilmente) para que ele se levantasse, mas, entre o tempo em que eu tive essa idéia e de o meu corpo começar a reagir, o monstro deu um salto, apontando o dedo pra mim e dizendo “Eu e você, no intervalo, na quadra de trás!”
E a quadra de trás, bom... Lá era o lugar onde aconteciam as batalhas entre gangues da escola. Não era recomendável para pessoas abaixo da sexta série, salvo as que estivessem envolvidas com alguma gangue, ou nerds. Como eu.
Sendo convidado em público para comparecer as nove e trinta a tal recinto, por mais que eu evitasse, eu acabaria sendo levado pra lá de um jeito ou de outro, então, tentei não pensar nisso. E fui caminhando para a sala, lentamente, com um buraco enorme no peito, querendo não existir por mais ou menos uma semana.
Durante a longa caminhada até a sala de aula, muitas pessoas que passavam por mim me cumprimentavam, e me desejavam boa sorte, ou que pelo menos eu tentasse “proteger o máximo de mim possível, para que no dia seguinte eu permanecesse reconhecível, caso sobrevivesse”.
Caso sobrevivesse?
Ao sentar na carteira, tudo parecia normal, então, assisti as três primeiras aulas como se nada tivesse acontecido, mesmo percebendo que as pessoas da minha sala comentavam o fato o tempo todo, cochichando, alguns rindo e teve até alguém que disse “Coitado do moleque!”.
Quando deu o sinal para o intervalo, eu estava com a cara enfiada em algum livro de astrofísica e não pretendia largá-lo até que os vinte longos minutos passassem, ou que alguém viesse me dizer que o mostrengo estivesse há pelo menos mil quilômetros de distância. Ainda assim, eu estaria com as pernas tremendo um bocado.
Ao sair o último aluno, a professora me olhou com cara de dó e disse “Você não pode ficar na sala querido, leia seu livrinho no pátio”, mas ela não entendia que minha vida corria perigo. Senti vontade de dizer a verdade pra ela, mas seria pior, porque daí ele me daria uns sopapos fora da escola. E isso, com certeza, não era algo que havia planejado para o meu triste fim.
Me levantei tristemente e dei passos curtos e demorados antes de sair da sala, para permanecer o máximo possível dentro dela. Esqueci o meu lanche de propósito também, e voltei para pegar. Andando bem devagar.
Quando finalmente saí da sala, esperando que tivesse passado pelo menos quinze minutos, olhei para o relógio e vi que na verdade havia passado apenas cinco. Corri para o banheiro, mas, no caminho fui abordado por algum moleque espinhento da oitava série que me viu e falou “Alá o maluco que vai dar uns pau no Bigoooode!” meio ritmado.
Bigode: era o apelido do brutamontes que me jurou de morte. Imagina uma pessoa com quinze anos e na sexta série. Eu tinha na época treze e estava na sétima. Ele era grande, muito grande e gordo, muito gordo. Suava o tempo todo, até no frio, o seu uniforme ficava grudado no seu corpo, devido a gordura e ao suor. O cabelo dele nunca estava penteado e era meio curto. Tinha os olhos de peixe morto e nunca ficava com a boca completamente fechada. O maxilar inferior era um pouco puxado pra fora, o que lhe dava um aspecto meio... primata. Tinha uma monosselha e uma costeleta muito mal elaborada. E o pior de tudo: ele tinha bigode. Muito bigode. Desde que era criança ele tinha um buço no rosto que lhe deixava com cara de retardado. Uma vez deram de aniversário de doze anos pra ele um barbeador descartável. A voz dele era fina e sonsa, falava devagar e media muito bem as palavras. E por incrível que pareça, conseguia falar tudo errado.
Como havia sido impedido de ir ao banheiro, fui caminhando para o meio do pátio, e todo mundo me olhava. E eu nunca havia sido popular. Nunca havia sequer conversado com uma garota sem gaguejar e começar a falar de coisas como: física nuclear e matemática aplicada.
Comecei a me sentir pequeno. Menor do que eu já era. Caminhei para qualquer direção, olhando para os lados, para cima, para baixo, até que esbarrei em alguém.
E foi nessa hora que eu olhei para frente e me senti o cara mais azarado que poderia existir no universo todo.
Por mais óbvio que possa parecer, sim, eu havia esbarrado nele mesmo, na besta quadrada, no touro famigerado pelo meu sangue, na aberração da natureza, ele; o Bigode.
Quando todo mundo se deu conta, já criaram um circulo entre a gente e começaram a gritar “BRÍ-GA! BRÍ-GA! BRÍ-GA!”. Eu olhei para todos os lados, desesperado e pensei em me enfiar no meio das pessoas, mas provavelmente, me jogariam lá dentro da arena novamente. Mas nem por isso não tentei fazê-lo. Me enfiei entre as pernas de umas meninas que estavam olhando desesperadas para a gente, e logo que passei pela primeira fileira de espectadores, alguém me agarrou pelo colarinho e me puxou para cima. E nessa hora, não vi mais meu livro de astrofísica, que escapou da minha mão e foi para o meio da galera.
E lá estava eu novamente, no meio da arena, com o abominável homem-menino.
Pensei em todas as formas de conter a briga. Pensei em não fazer nada. Pensei em correr alucinadamente, pensei em fingir ter um surto, pensei em desmaiar. Mas, enquanto eu pensava, meu corpo fez um movimento involuntário, e quando eu me dei conta, me irritei comigo mesmo.
Coloquei as mãos diante do rosto, assim como faz um pugilista, e separei um pouco as pernas, para manter o equilíbrio, e comecei a dar passinhos estratégicos: levantando primeiro a perna esquerda e depois a direita, como quem estivesse pronto para um combate mortal.
Estava pensando em sair voando, mas eu ainda não tinha desenvolvido essa habilidade. Pensei então em lançar um hadouken, mas também não sabia como fazê-lo. Fiquei então, lá, dando os passinhos e observando o troglodita.
Os movimentos dele por sua vez, eram diferentes dos meus: Ele andava de lado, pra lá e pra cá, com os braços pendendo, soltos, quando ele ia pro lado, os braços iam pro lado oposto, como se fosse culpa da inércia. De vez em quando, dava uns saltinhos e invertia a posição do corpo e do movimento.
E ficamos nisso por um bom tempo: todos querendo ver meu sangue, ele indo pra lá e pra cá e eu dando passinhos.
Foi quando eu estava começando a achar graça da brincadeira que eu notei que o touro famigerado estava vindo em minha direção, não mais para os lados, enquanto eu dava passinhos. Pensei em abaixar. Seria uma boa, ele erraria o golpe e eu poderia sair correndo pelo meio das pessoas. Ou poderia desviar e acertar-lhe um chute nas genitais; o que faria de mim um herói com certeza, tipo Davi e Golias. Depois, pensei em agarrar seu braço e aplicar-lhe um golpe de jiu-jitsu. Pensei em dar um pulo de lado e acertar um chute em seu rosto enquanto pendia no ar. Pensei em desviar e passar-lhe uma rasteira. Pensei, mas tudo que eu conseguia fazer era... dar os passinhos.
Quando me dei conta, sua mão estava muito próxima de mim. E eu pensei tanto, que não tive tempo de decidir qual dos movimentos citados eu usaria contra ele.
***
Entenda algo sobre mim: eu era baixinho, ruivo, com sardinhas, confesso que meio cabeçudo. Era magro e falava enrolado e usava um óculos grande. Eu nunca tive muitos amigos na escola, e a maioria deles se juntavam a mim para poder ir bem nos grupos de estudos ou provas em dupla. Eu sabia disso, mas fingia não saber pois, se eu ficasse ignorando o fato de que esse seria o único jeito de alguém se aproximar de mim, eu não seria amigo de ninguém.
Então, eu deixava a vida ir acontecendo. Gaguejando e estudando para me tornar alguém importante e notável, coisa que eu nunca tinha sido em toda a minha infância e adolescência.
E lá estava eu. Naquela posição patética, observando meu destino vindo em minha direção, como se nada mais nessa vida importasse. Aceitar ou não, não era uma opção que eu tinha o privilégio de escolher: Eu era designado a aceitar a situação que havia me sido imposta, e nada nem ninguém a essa altura poderia mudar.
Eu dava passinhos enquanto o abominável partia pra cima de mim. Cada vez mais se aproximava e eu apenas conseguia dar passinhos. Quando sua mão estava a mais ou menos um centímetro de distância, aí sim eu consegui reagir. E confesso, não foi uma atitude inteligente.
Ao perceber que sua mão iria me acertar inevitavelmente, tomei uma importante decisão e consegui realizar um movimento: fechei os olhos e depositei todas as minhas forças nas pálpebras. Também apertei mais as mãos e senti minhas unhas machucando a palma da minha mão. Tentei também virar o rosto pra algum lado e continuava a dar os passinhos. Ah, os passinhos...
A mão dele passou por entre as minhas que protegiam inutilmente meu rosto e me acertou numa região triangular. Imagine três pontos do seu rosto: a pupila do olho, a ponta do nariz e o ossinho da mação do rosto, na bochecha. Imagine que esses três pontos formam um triângulo. Essa região foi a escolhida pela mão dele que chegou com tudo em mim e nem me avisou. Quando ele me acertou a primeira coisa que eu pensei foi “Passinhos idiotas!”. Senti meus óculos entortando e tentando saltar do meu rosto, mas sem sucesso. Senti também que meu corpo havia sido arremessado para trás e que eu voei pelo menos uns dois metros do meu ponto de origem.
Enquanto eu era arremessado, o tempo pareceu diminuir drasticamente. Enquanto sentia que meus pés saiam do chão, tive tempo de fazer uma profunda reflexão sobre as relações interpessoais, de como nós somos julgados e culpados por pequenas coisas, que nem sempre merecem levar a culpa de alguém, ou que as vezes nem mesmo tem a culpa de alguém. Naquele momento, enquanto o Bigode extinguia toda a sua raiva em mim, eu apenas me deixava levar pelo empurrão levado carinhosamente. Flutuei como uma pluma e me senti Deus por um segundo. O tempo de queda, além de demorado, foi um tanto quanto silencioso. E pensar que há um segundo atrás eu mal conseguia me concentrar por causa da barulheira das pessoas querendo que meu sangue jorrasse por aí. Pensei então em como nós estávamos sendo um tanto quando retro, ao simular um combate dentre gladiadores, com arena e tudo o mais. Poderíamos apenas apertar as mãos e fingir que nada havia acontecido. Então, eu pensei “Aconteceu alguma coisa pra eu estar aqui levando esse soco?” e eu senti que meu corpo finalmente tocou o chão.
Senti um torpor tomar conta de mim rapidamente e eu não mais sentia ou pensava em coisa alguma.
Quando a primeira molécula do meu ombro relou no chão, que foi a primeira parte, o tempo voltou ao normal e eu caí no chão como uma laranja podre: caí e do jeito que eu caí eu fiquei. Quando eu caí, não houve aquele baque surdo que nem o Bigode. Apenas cai e ali fiquei. Abri os olhos e notei que eu estava numa posição um tanto quanto desvirtuada. Não consegui enxergar nada, pois meus óculos estavam tão tortos que uma das lentes mirava para baixo e a outra para o lado. Como eles ainda se sustentaram no meu rosto eu não saberia dizer nem se estudasse a fundo o problema.
Abri os olhos e tive a sensação de estar levando outro golpe no mesmo lugar, mas dessa vez era apenas a dor que estava chegando. Eu sempre achei que a dor acontecia no exato momento em que se leva o soco. Por nunca ter levado um, nunca soube exatamente como era. Mas eu comecei a sentir o rosto quente e a dor estava tamanha que eu não mais pensava em nada. O resto do rosto estava adormecendo e eu sentia apenas o triângulo.
Aos poucos, a sensação de torpor foi passando e eu comecei a ouvir novamente os berros alucinados das pessoas em volta indo ao delírio com o golpe do Bigode. Tentei me levantar, mas senti que estava ainda tonto, então, levantei a cabeça para olhar ao redor, e vi o Bigode fazendo umas poses engraçadas de campeão. Como aqueles caras do Mister Universo fazem para exibir os músculos. E coitado, ninguém falou pra ele que ele só tinha banha pra mostrar...
Consegui me levantar por partes: cabeça primeiro, depois, me apoiei em um braço e levantei um ombro, me apoiei no outro e levantei o outro e, quando o torpor havia passado, consegui me sustentar em pé. Não estava com o equilíbrio perfeito, pois, a julgar pela minha posição, eu estava parecendo alguém que sobe num skate pela primeira vez e desce uma ladeira de noventa graus. Tentei manter o equilíbrio e o corpo ereto e então vi que o troglodita se virava pra mim novamente. Desta vez, o tempo novamente andou mais devagar e eu tive tempo de pensar com calma no que fazer.
Mesmo não enxergando direito, pude deduzir algumas coisas, como por exemplo, as partes do corpo dele. Notei que ele andava em minha direção, mas desta vez, sem tentar outro golpe, apesar de manter as mãos fechadas. Mexi nos óculos para ver alguma coisa e ao olhar pro rosto dele, notei que ele ria, e me olhava como um ogro olha sua presa. Olhei ao redor e as pessoas estavam quase se entregando ao orgasmo quando eu tomei uma importante decisão.
Calculei os passos dele e me afastei por uns 30 centímetros, que foram friamente calculados. Conforme ele se aproximava, a sua velocidade aumentava gradativamente e, ao empunhar as mãos novamente para me golpear, eu dei um pequeno salto para trás.
Sim, desta vez eu não protegia o rosto com as mãos como faz um pugilista e não estava dando os passinhos ridículos. Eu estava bravo e pretendia ir para a casa logo. Meu rosto estava fervendo e eu estava com uma tremenda vontade de me atirar ao chão e fazer um escândalo. Mas não o fiz. Não desta vez.
Ao me esquivar do seu segundo golpe, que foi idêntico ao primeiro, notei que ele abaixou a guarda totalmente e meti-lhe um chute nos bagos e saí correndo, não desejando ver a expressão dele. Me enfiei no meio das pessoas mas desta vez não fui agarrado pelo colarinho. Corri e vi que haviam dois monitores e o diretor indo em direção à briga. “Tarde demais” pensei...
***
No dia seguinte, após meu rosto ter passado por 5 cores diferentes: cor de pele, vermelho, rosa, amarelo e roxo, eu estava sentado do lado do tiranossauro na sala do diretor. Levávamos uma bronca, mas de uma coisa eu tenho certeza: Apesar de meu rosto estar deformado, inchado e multicolorido, o dano que eu fiz nele foi bem mais notável!
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
A Metamorfose
"Als Gregor Samsa eines Morgens aus unruhigen Träumen erwachte, fande er sich in seinem Bett zu einem ungeheuren Ungeziefer verwandelt."
Die Verwandlung - Franz Kafka
Cheguei à segunda parte da pior ressaca da história lítera.
Die Verwandlung - Franz Kafka
Cheguei à segunda parte da pior ressaca da história lítera.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Smells Like Teen Spirit
Load up on guns and bring your friends
It's fun to lose and to pretend
She's over bored and self assured
Oh, no, I know a dirty word
Hello, hello, hello, how low
With the lights out it's less dangerous
Here we are now entertain us
I feel stupid and contagious
Here we are now entertain us
A mulatto, an albino, a mosquito, my libido
I'm worse at what I do best
And for this gift I feel blessed
Our little group has always been
And always will until the end
Hello, hello, hello, how low
With the lights out it's less dangerous
Here we are now entertain us
I feel stupid and contagious
Here we are now entertain us
A mulatto, an albino, a mosquito, my libido
And I forget just why I taste
Oh yeah, I guess it makes me smile
I found it hard, it's hard to find
Oh well, whatever, nevermind
Hello, hello, hello, how low
With the lights out it's less dangerous
Here we are now entertain us
I feel stupid and contagious
Here we are now entertain us
A mulatto, an albino, a mosquito, my libido
A denial
Senti uma imensa necessidade de postar a letra dessa música.
It's fun to lose and to pretend
She's over bored and self assured
Oh, no, I know a dirty word
Hello, hello, hello, how low
With the lights out it's less dangerous
Here we are now entertain us
I feel stupid and contagious
Here we are now entertain us
A mulatto, an albino, a mosquito, my libido
I'm worse at what I do best
And for this gift I feel blessed
Our little group has always been
And always will until the end
Hello, hello, hello, how low
With the lights out it's less dangerous
Here we are now entertain us
I feel stupid and contagious
Here we are now entertain us
A mulatto, an albino, a mosquito, my libido
And I forget just why I taste
Oh yeah, I guess it makes me smile
I found it hard, it's hard to find
Oh well, whatever, nevermind
Hello, hello, hello, how low
With the lights out it's less dangerous
Here we are now entertain us
I feel stupid and contagious
Here we are now entertain us
A mulatto, an albino, a mosquito, my libido
A denial
Senti uma imensa necessidade de postar a letra dessa música.
domingo, 17 de janeiro de 2010
That oldest blue T-shirt
Enquanto eu procurava pela minha camiseta azul, eu lembrei dos bons momentos que eu vivi com ela.
E todos eram ruins.
E eu pensei nela como um amuleto de azar. É só vestí-la que, inevitavelmente, algo de errado acontece. ainda assim eu a procurei e a vesti. E pensei: "Talvez eu queira que dê tudo errado hoje". E pela primeira vez, não sofri com isso. Afinal, pode dar tudo errado que amanhã ou depois, a nossa vida vai seguindo. Errinhos ou errões podem ser reparados. Só levam um tempo a mais ou a menos para se resolverem.
Mas quem carrega todos os problemas do mundo nas costas não liga pro peso do tempo.
Então eu decidi ser uma pessoa diferente. Vestir minha velha camisa azul, de gola cortada e marca barata e desbotada fez com que eu me sentisse diferente. Talvez seja o Dylan.
Minha primeira atitude foi dar feliz aniversário a todos os aniversariantes do dia de hoje, onde, alguns deles, são bons amigos que eu gostaria de ter sempre por perto.
Mesmo tendo mudado, eu ainda vestia a camisa azul. Aquele amuleto de azar.
Talvez seja hipocrisia da minha parte, ou até mesmo egoísmo, fazer as coisas esperando sempre algo em troca. E foi pensando nisso que eu decidi que não sofreria se não recebesse nenhum "Feliz aniversário" em julho. E também não sofreria mais se visse que todos os meus amigos tem outros amigos do qual eles também tem o direito de compartilhar os seus assuntos, pessoais e profissionais. Decidi que não sofreria mais por falta de atenção. E é difícil ter tomado essa decisão. Afinal de contas, minha imagem perante o mundo é de que minha vida é linda e perfeita e que eu sempre sei resolver meus problemas de forma arbitrária.
Como é que alguém assim pode sofrer por falta de atenção?
O fato é que eu cansei de passar horas chorando pras minhas amigas, dizendo que ninguém nunca quer nada comigo porque semrpe encontram alguém melhor que eu, em tudo. Bandas, namoros, empregos, grupos de amigos, faculdade. Durante vinte e longos dois anos eu sofri com a verdade de que eu era alguém extremamente descartável. A verdade de que sempre existia alguém melhor que eu pra fazer o que eu faço pela metade.
E durante esses vinte e fucking dois anos, eu pensava que o problema eram os outros, porque sempre me falavam que eu era bom demais pra ser simplesmente descartável por outra pessoa que não tem o mesmo empenho que eu pra fazer as coisas que eu faço, seja em tudo: banda, namoro, emprego, grupos de amigos, faculdade.
Percebi então que o problema não eram os outros, mas eu era o problema. Eu deixava os outros perceberem o quão eu era descartável em certo momento da minha relação com eles.
Vesti minha camisa azul, sabendo que poderia dar tudo errado, e sai de casa.
E seja o que a vida quiser!
E todos eram ruins.
E eu pensei nela como um amuleto de azar. É só vestí-la que, inevitavelmente, algo de errado acontece. ainda assim eu a procurei e a vesti. E pensei: "Talvez eu queira que dê tudo errado hoje". E pela primeira vez, não sofri com isso. Afinal, pode dar tudo errado que amanhã ou depois, a nossa vida vai seguindo. Errinhos ou errões podem ser reparados. Só levam um tempo a mais ou a menos para se resolverem.
Mas quem carrega todos os problemas do mundo nas costas não liga pro peso do tempo.
Então eu decidi ser uma pessoa diferente. Vestir minha velha camisa azul, de gola cortada e marca barata e desbotada fez com que eu me sentisse diferente. Talvez seja o Dylan.
Minha primeira atitude foi dar feliz aniversário a todos os aniversariantes do dia de hoje, onde, alguns deles, são bons amigos que eu gostaria de ter sempre por perto.
Mesmo tendo mudado, eu ainda vestia a camisa azul. Aquele amuleto de azar.
Talvez seja hipocrisia da minha parte, ou até mesmo egoísmo, fazer as coisas esperando sempre algo em troca. E foi pensando nisso que eu decidi que não sofreria se não recebesse nenhum "Feliz aniversário" em julho. E também não sofreria mais se visse que todos os meus amigos tem outros amigos do qual eles também tem o direito de compartilhar os seus assuntos, pessoais e profissionais. Decidi que não sofreria mais por falta de atenção. E é difícil ter tomado essa decisão. Afinal de contas, minha imagem perante o mundo é de que minha vida é linda e perfeita e que eu sempre sei resolver meus problemas de forma arbitrária.
Como é que alguém assim pode sofrer por falta de atenção?
O fato é que eu cansei de passar horas chorando pras minhas amigas, dizendo que ninguém nunca quer nada comigo porque semrpe encontram alguém melhor que eu, em tudo. Bandas, namoros, empregos, grupos de amigos, faculdade. Durante vinte e longos dois anos eu sofri com a verdade de que eu era alguém extremamente descartável. A verdade de que sempre existia alguém melhor que eu pra fazer o que eu faço pela metade.
E durante esses vinte e fucking dois anos, eu pensava que o problema eram os outros, porque sempre me falavam que eu era bom demais pra ser simplesmente descartável por outra pessoa que não tem o mesmo empenho que eu pra fazer as coisas que eu faço, seja em tudo: banda, namoro, emprego, grupos de amigos, faculdade.
Percebi então que o problema não eram os outros, mas eu era o problema. Eu deixava os outros perceberem o quão eu era descartável em certo momento da minha relação com eles.
Vesti minha camisa azul, sabendo que poderia dar tudo errado, e sai de casa.
E seja o que a vida quiser!
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
Dizer o quê?
Dizer pra quem?
Como dizer o que não se quer?
Meus ecos começam a ficar abafados
Minhas palavras voltam com uma certa dificuldade
E as vezes, eu mal ouço o que eu disse pra mim mesmo
Apenas contemplo o murmúrio que eu recebo em troca
De todas aquelas palavras que eu medi
Meticulosamente
Pra te dizer
Todas as coisas que encostam ou que ao menos se aproximam do meu coração
Tocam com com uma profundidade tamanha que eu mal consigo lembrar o que eu fazia
Quando todas as coisas do mundo resolveram se jogar encima de mim
Talvez seja a falta de graça nas piadas
Talvez seja a falta de vírgulas
A falta de pontos e pontuação
A falta de acentos
E assentos
E por mais que eu não goste de admitir, mas admito
Eu sou um pleonasmo
Vicioso
Viciado
Vivo sentindo as mesmas coisas
Talvez por falta de opção
Ou por falta de comoção
Ou emoção
A diferença é que eu busco um novo sentido pra elas
Ou um novo significado
Mas tudo não passa de enganação
Que eu estipulei a mim mesmo
Como meta de fim de ano
E daí, as vezes eu ouço um eco
Mas eu percebo que não é a minha voz
E então, eu passo toda a minha vida quieto
Esperando ouvir o eco de novo
Claro que eu não ouço
Então eu solto uns murmúrios novamente
Falo umas abobrinhas
Recito poemas de autores desconhecidos
Só pra ver como é que ficam na minha voz
Aquela voz baixa
Introspectiva
Que fala mais comigo
Do que com você
Então
Lá estava eu outra vez
Trancado no quarto
Gritando pra parede
Mas gritando de um jeito que só eu podia ouvir
E você estava parada na porta
E eu gritava pra você entrar
Mas quem disse que você me ouviu
Ou quem disse que você quis me ouvir?
Dizer pra quem?
Como dizer o que não se quer?
Meus ecos começam a ficar abafados
Minhas palavras voltam com uma certa dificuldade
E as vezes, eu mal ouço o que eu disse pra mim mesmo
Apenas contemplo o murmúrio que eu recebo em troca
De todas aquelas palavras que eu medi
Meticulosamente
Pra te dizer
Todas as coisas que encostam ou que ao menos se aproximam do meu coração
Tocam com com uma profundidade tamanha que eu mal consigo lembrar o que eu fazia
Quando todas as coisas do mundo resolveram se jogar encima de mim
Talvez seja a falta de graça nas piadas
Talvez seja a falta de vírgulas
A falta de pontos e pontuação
A falta de acentos
E assentos
E por mais que eu não goste de admitir, mas admito
Eu sou um pleonasmo
Vicioso
Viciado
Vivo sentindo as mesmas coisas
Talvez por falta de opção
Ou por falta de comoção
Ou emoção
A diferença é que eu busco um novo sentido pra elas
Ou um novo significado
Mas tudo não passa de enganação
Que eu estipulei a mim mesmo
Como meta de fim de ano
E daí, as vezes eu ouço um eco
Mas eu percebo que não é a minha voz
E então, eu passo toda a minha vida quieto
Esperando ouvir o eco de novo
Claro que eu não ouço
Então eu solto uns murmúrios novamente
Falo umas abobrinhas
Recito poemas de autores desconhecidos
Só pra ver como é que ficam na minha voz
Aquela voz baixa
Introspectiva
Que fala mais comigo
Do que com você
Então
Lá estava eu outra vez
Trancado no quarto
Gritando pra parede
Mas gritando de um jeito que só eu podia ouvir
E você estava parada na porta
E eu gritava pra você entrar
Mas quem disse que você me ouviu
Ou quem disse que você quis me ouvir?
domingo, 10 de janeiro de 2010
sábado, 26 de dezembro de 2009
The Good Guy
Oh, now i'm standing in here
watching everything you see
but you can't see that life can be
more than you could ever imagine
I turn my tv off and i pray
But i don't know, maybe i'm not blessed
You believe in something you can't see
And i believe in everything i see
And i know what you thinking
Well, i'm not a good one
i'm not the good guy
i'm not what you expected to see
i'm just worried about me
i'm not your saviour hero
i'm not a good example for you
i'm just want to live my life
I want to try to be happy without you, dear...
I like the way i live
nothing seems to be wrong
if die, what is that to do with you
If i'm wrong, what you gonna do?
I drive my car along the highway
and i don't care if someone is wait for me
when i arrive in somewhere
now i'll take my beer and leave this bar
Yeah, you know what you think about me...
Well, i'm not a good one
i'm not the good guy
i'm not what you expected to see
i'm just worried about me
i'm not your savior hero
i'm not a good example for no one
i'm just want to live my life
I want to try to be happy without you, dear...
desconsiderar os erros hahaha
Oh, now i'm standing in here
watching everything you see
but you can't see that life can be
more than you could ever imagine
I turn my tv off and i pray
But i don't know, maybe i'm not blessed
You believe in something you can't see
And i believe in everything i see
And i know what you thinking
Well, i'm not a good one
i'm not the good guy
i'm not what you expected to see
i'm just worried about me
i'm not your saviour hero
i'm not a good example for you
i'm just want to live my life
I want to try to be happy without you, dear...
I like the way i live
nothing seems to be wrong
if die, what is that to do with you
If i'm wrong, what you gonna do?
I drive my car along the highway
and i don't care if someone is wait for me
when i arrive in somewhere
now i'll take my beer and leave this bar
Yeah, you know what you think about me...
Well, i'm not a good one
i'm not the good guy
i'm not what you expected to see
i'm just worried about me
i'm not your savior hero
i'm not a good example for no one
i'm just want to live my life
I want to try to be happy without you, dear...
desconsiderar os erros hahaha
sábado, 19 de dezembro de 2009
domingo, 13 de dezembro de 2009
terça-feira, 17 de novembro de 2009
Thrice
Assumidamente a minha banda preferida, não sei exatamente porque comecei a fazer um release pelo Thursday.
Thrice
Formada em 1999 em Irvine, na Califórnia, a banda foi montada por Dustin Kensrue e Teppei Teranishi, amigos de escola, conheceram Eddie Breckenridge numa pista de skate que chamou o irmão Riley Breckenridge para se juntar a banda.
First Impressions (2000)
Um EP com 7 músicas bem produzidas se for pensar que foi a primeira "demo" da banda. Extremamente rápida, com melodias grudentas e backvocais extremamente afinados com guitarras solando virtuosamente, o Thrice deu uma visão totalmente diferente pro Hard Core na época. Falando basicamente de relacionamentos com uma pitada de moralismo, eles mantém uma linguagem com fortes pitadas de lirismo. Com certeza as primeiras impressões deixadas nesse álbum de lançamento da banda foram ótimas. Destaque para "All eyes" e "T&C" essa segunda que começa com uma reprodução de uma fala do Vedita quando descobre que o Goku é um Super Syajin (Dragon Ball Z). Minha preferida é "Opaque" que já começa com um riff de guitarra alucinante, o refrão é um acorde vocal cheio de escalas alternativas.
Identity Crisis (2001)
Com uma produção melhorada mas ainda muito próxima do primeiro EP, a banda apresenta nesse álbum inúmeras metalinguagens, característica da banda que dura até hoje. A velocidade continua apesar de ter um pouco mais de peso, mais gritos e menos excesso de vocais. Ainda podemos perceber que a voz do Dustin é de um adolescente apesar de notável o amadurecimento. Melodias cantantes em quase todas as musicas, mesmo com os berros, o álbum marca uma fase de transição da banda. Não deixe de ouvir uma versão melhorada para "T&C", mas dessa vez sem os diálogos de Dragon Ball Z. Destaques para "Phoenix ignition" música que a banda ainda toca ao vivo em ocasiões especiais, "Ultra blue" que é quase um pop punk com uma melodia lindíssima e "Under par". As vezes eu acho esse álbum muito parecido com alguma coisa do Metallica, musicalmente falando. Minha preferida dá nome ao álbum "Identity crisis".
The Illusion of Safety (2002)
Indiscutivelmente o melhor álbum do Thrice, porém, não é o melhor produzido. Musicalmente ele apresenta uma sincronia quase perfeita, é também o álbum em que o Thrice começa a adotar uma afinação diferenciada nos instrumentos para obter mais (muito mais) peso nas musicas. As letras tendem mais pro moralismo do que pro romantismo. Trabalhando uma técnica da poesia que mexe com os sentidos, o Thrice evoca grandes nomes da literatura inglesa e norte-americana nesse conceituado álbum, novamente, fazendo inúmeras metalinguagens. Eu destacaria todas as músicas na íntegra, mas algumas são mais que destaque, a começar pela faixa de abertura "Kill me quickly" onde ele trabalha excessivamente a poesia visual, com cores e formas. Não se assuste em "Betrayal is a sympton" onde há um desabafo e um conforto, afinal, 'traição é um sintoma' da condição humana. Novamente há uma poesia visual em "The red death", quase uma epopéia medieval com guitarras massacrantes. Não deixe também de ouvir "So strange i remember you" com uma intro perfeita e um vocal que anda no mesmo ritmo que a batida da música e uma melodia linda. Minha preferida do álbum é o hit eterno da banda "Deadbolt". Uma viagem pelos sonhos, uma experiencia de post-mortem, um desabafo, um grito de socorro. Pra mim, é a continuação de uma música que contém no álbum sucessor "The artist in the ambulance".
The Artist in the Ambulance (2003)
Mais pesados que no álbum sucessor, esse é, talvez, a obra prima do Thrice. Aclamado pela crítica especializada, esse álbum apresenta música para todo tipo de roqueiro, e eu digo isso por experiência própria. Muito mais engajados com a situação do nosso planeta e ao mesmo tempo, das decições que as autoridades tomam, fazendo o mundo tomar o curso que toma, o Thrice nesse álbum faz um paralelo sobre a forma da qual nós vivemos a nossa vida, questionando o "Live fast die young" grito de guerra dos indies britânicos. Abrindo o CD, um pedido de socorro àqueles excluidos da sociedade, "Cold cash colder hearts" fala exatamente da relação do rico com o pobre, mas de forma mundial. Destaque para "Under a killing moon" com uma produção impecável e uma pegada que realmente te pega de jeito. Destaque ainda para "Silhouette", "Stare at the sun", "Paper tigers" e "The melting point of wax" essa última que faz referência ao mito de Dédalo e Ícaro. Destaque especial para "The artist in the ambulance", que dá nome ao título. Nessa música, que tem uma das maiores letras do Thrice, eles põe em cheque tudo o que acreditam, novamente uma viagem pelo inconsciente, viagem post-mortem, um desabafo e um agradecimento. Essa canção nos faz pensar em tudo o que acreditamos e em tudo pelo qual lutamos para que nossa vida tome a forma que moldemos e te pergunta "valeu mesmo a pena? você morreria por isso?". Como eu disse, acredito que essa música é uma espécie de "Deadbolt pt2" porém, trabalhada de forma totalmente diferente. Mas minha preferida é "Blood clots and black holes" que tem uma bateria impecável, um peso surreal, uma letra de tirar o fôlego e uma vontade de ouví-la repetidamente.
If We Could Only See Us Now (2004)
Uma espécie de EP com algumas inéditas e algumas ao vivo e uns covers adaptados. Aqui nós vemos que o Thrice pega muita influência de Beatles nas letras, "homenageando-os" com um cover pesado pra "Eleanor Rigby", além de "Send me an angel" cover do Real Life. As inédias são "Eclipse", "Motion isn't meaning" e a minha preferida dessa compilação "(That) hideous strenght".
Vheissu (2005)
É o álbum politicamente correto do Thrice. Falando de como o homem está destruindo o nosso planeta, esse é o tema central do álbum e onde todas as músicas giram ao redor, falando desde poluição, desmatamento até politicagem. Aqui o Thrice apresenta uma veia (jugular) experimental, com muito mais efeitos de guitarra e a introdução de sintetizadores e teclados, que no álbum sucessor apareciam bem disfarçados, praticamente imperceptíveis. Talvez, esse seja o álbum que mais rende assunto quanto as suas letras, pois nesse álbum eu acredito que é o que eles aplicam o maior número de metáforas. Destaque para "Image of invisible" faixa de abertura, fala dos refugiados e dos excluidos, da massa que tem voz mas que infelizmente não é ouvida pelas autoridades. "Hold fast hope" pra lembrar que o Thrice ainda é pesado e soco na cara. "Music box" é talvez uma das sacadas mais geniais da banda, eles sampleam uma caixinha de músicas (dessas que quando abre começa a girar uma bailarina tocando uma musiquinha) e, simulando a musica nas guitarras, deixando o sampler tocar, a letra viaja por um mix de lembrança e sentimento de otimismo, de que tudo pode melhorar, que apesar de todos carregarmos o mal, todos também carregam o bem dentro de si. "Red sky" uma balada digna de fim de noite, vinho e uma boa companhia e aquele refrão que é característica do Thrice: sucesso na certa. Minha preferida é "Like moths do flames" pois pra mim, essa é uma das melhores metáforas usadas pelo quarteto em toda a discografia. Um amor doentio, sabendo que ele lhe faz mal, você continua a seguir, assim como as mariposas voam instintivamente em direção ao fogo, certas para morrer.
The Alchemy Index (2007/2008)
Deu o que falar. Álbum conceitual, quadruplo, onde cada CD representa um elemento da vida: terra, água, fogo e ar e teve cada um produzido por um membro da banda.
I Fire - Eddie Breckenridge
É o cd que representa o peso, a força, a confiança. Musicas extremamente pesadas, na mesma levada que as musicas pesadas de Vheissu, apresenta letras extremamente positivas. Destaque para "Firebreather", "The messenger" e "The arsonist", minha preferida é "Burn the fleet" praticamente um hino.
II Water - Riley Breckenrigde
Eletrônico e calmo. CD com músicas ambientes e letras leves. Apesar do clima down, não apresenta letras depressivas, apenas reflexivas. Destaque para "Digital sea" que tem um clipe surreal e "Open water". Minha preferida fica para "The whaler", que conta a história de um esquimó baleeiro.
III Air - Teppei Teranishi
Com uma pegada mais leve, apresenta um CD com mais variedade de letras e inclusive de ritmos. Dentro de 'Air', temos músicas extremamente tristes e músicas politizadas. Destaque para "Broken lungs", "The sky is falling" e "A song for Milly Michaelson". Minha preferida é, sem dúvidas, a melhor músicas de todo o álbum "Daedalus", música cujo o tema já fora abordado em "The artist in the ambulance", a história de Dédalo e Ícaro.
IV Earth - Dustin Kensrue
Acústico, a característica do álbum é justamente musicas raízes. Com uma pegada caipira, Dustin prova nesse quarto CD desse álbum que ele está apto a fazer todo o tipo de músicas. Destaque para "Come all you weary", "Digging my own grave" e "Moving mountains". Minha preferida é "The lion and the wolf", praticamente um conto de fadas.
Beggars (2009)
Agora sim o Thrice levanta a bandeira de uma banda alternativa. Lembra? Uma banda que vai do hard core ao country ao longo de sua carreira sem sofrer não poderia lançar um álbum diferente. A técnica vocal de Dustin é tão notável que quase dispensa segundas vozes na maioria das músicas. Mesclando músicas alegres e rápidas com baladas marcantes, o álbum aborda um tema comum mas que visto de forma muito mais crítica: nós homens somos todos pedintes. Com um instrumental que quase lembra bandas alternativas, ele tem uma pegada muito mais rock n roll, e dessa vez ele vem pra pegar de jeito os verdadeiros roqueiros. Quem ouvir e não gostar desse álbum, com certeza não entende de música tanto quanto uma pessoa mais esclarecida. Destaque para "All the world is mad" faixa de abertura, "In Exile" com um riff inicial lindo e comovente, "At the last" mais rápida e dançante. "Talking through glass/We move like swing sets" começa com uma cara de Thrice mas mistura o post hard core com um indie cru e dançante. Grande destaque para "Beggars" última faixa que nomeia o álbum. Ótima musicalidade, harmonia e letras. Comoventes e convncentes. Minha preferida é "The Weight", uma declaração de amor durona e antimaterialista. Vale a pena conhecer a música e a letra.
Thrice
Formada em 1999 em Irvine, na Califórnia, a banda foi montada por Dustin Kensrue e Teppei Teranishi, amigos de escola, conheceram Eddie Breckenridge numa pista de skate que chamou o irmão Riley Breckenridge para se juntar a banda.
First Impressions (2000)
Um EP com 7 músicas bem produzidas se for pensar que foi a primeira "demo" da banda. Extremamente rápida, com melodias grudentas e backvocais extremamente afinados com guitarras solando virtuosamente, o Thrice deu uma visão totalmente diferente pro Hard Core na época. Falando basicamente de relacionamentos com uma pitada de moralismo, eles mantém uma linguagem com fortes pitadas de lirismo. Com certeza as primeiras impressões deixadas nesse álbum de lançamento da banda foram ótimas. Destaque para "All eyes" e "T&C" essa segunda que começa com uma reprodução de uma fala do Vedita quando descobre que o Goku é um Super Syajin (Dragon Ball Z). Minha preferida é "Opaque" que já começa com um riff de guitarra alucinante, o refrão é um acorde vocal cheio de escalas alternativas.
Identity Crisis (2001)
Com uma produção melhorada mas ainda muito próxima do primeiro EP, a banda apresenta nesse álbum inúmeras metalinguagens, característica da banda que dura até hoje. A velocidade continua apesar de ter um pouco mais de peso, mais gritos e menos excesso de vocais. Ainda podemos perceber que a voz do Dustin é de um adolescente apesar de notável o amadurecimento. Melodias cantantes em quase todas as musicas, mesmo com os berros, o álbum marca uma fase de transição da banda. Não deixe de ouvir uma versão melhorada para "T&C", mas dessa vez sem os diálogos de Dragon Ball Z. Destaques para "Phoenix ignition" música que a banda ainda toca ao vivo em ocasiões especiais, "Ultra blue" que é quase um pop punk com uma melodia lindíssima e "Under par". As vezes eu acho esse álbum muito parecido com alguma coisa do Metallica, musicalmente falando. Minha preferida dá nome ao álbum "Identity crisis".
The Illusion of Safety (2002)
Indiscutivelmente o melhor álbum do Thrice, porém, não é o melhor produzido. Musicalmente ele apresenta uma sincronia quase perfeita, é também o álbum em que o Thrice começa a adotar uma afinação diferenciada nos instrumentos para obter mais (muito mais) peso nas musicas. As letras tendem mais pro moralismo do que pro romantismo. Trabalhando uma técnica da poesia que mexe com os sentidos, o Thrice evoca grandes nomes da literatura inglesa e norte-americana nesse conceituado álbum, novamente, fazendo inúmeras metalinguagens. Eu destacaria todas as músicas na íntegra, mas algumas são mais que destaque, a começar pela faixa de abertura "Kill me quickly" onde ele trabalha excessivamente a poesia visual, com cores e formas. Não se assuste em "Betrayal is a sympton" onde há um desabafo e um conforto, afinal, 'traição é um sintoma' da condição humana. Novamente há uma poesia visual em "The red death", quase uma epopéia medieval com guitarras massacrantes. Não deixe também de ouvir "So strange i remember you" com uma intro perfeita e um vocal que anda no mesmo ritmo que a batida da música e uma melodia linda. Minha preferida do álbum é o hit eterno da banda "Deadbolt". Uma viagem pelos sonhos, uma experiencia de post-mortem, um desabafo, um grito de socorro. Pra mim, é a continuação de uma música que contém no álbum sucessor "The artist in the ambulance".
The Artist in the Ambulance (2003)
Mais pesados que no álbum sucessor, esse é, talvez, a obra prima do Thrice. Aclamado pela crítica especializada, esse álbum apresenta música para todo tipo de roqueiro, e eu digo isso por experiência própria. Muito mais engajados com a situação do nosso planeta e ao mesmo tempo, das decições que as autoridades tomam, fazendo o mundo tomar o curso que toma, o Thrice nesse álbum faz um paralelo sobre a forma da qual nós vivemos a nossa vida, questionando o "Live fast die young" grito de guerra dos indies britânicos. Abrindo o CD, um pedido de socorro àqueles excluidos da sociedade, "Cold cash colder hearts" fala exatamente da relação do rico com o pobre, mas de forma mundial. Destaque para "Under a killing moon" com uma produção impecável e uma pegada que realmente te pega de jeito. Destaque ainda para "Silhouette", "Stare at the sun", "Paper tigers" e "The melting point of wax" essa última que faz referência ao mito de Dédalo e Ícaro. Destaque especial para "The artist in the ambulance", que dá nome ao título. Nessa música, que tem uma das maiores letras do Thrice, eles põe em cheque tudo o que acreditam, novamente uma viagem pelo inconsciente, viagem post-mortem, um desabafo e um agradecimento. Essa canção nos faz pensar em tudo o que acreditamos e em tudo pelo qual lutamos para que nossa vida tome a forma que moldemos e te pergunta "valeu mesmo a pena? você morreria por isso?". Como eu disse, acredito que essa música é uma espécie de "Deadbolt pt2" porém, trabalhada de forma totalmente diferente. Mas minha preferida é "Blood clots and black holes" que tem uma bateria impecável, um peso surreal, uma letra de tirar o fôlego e uma vontade de ouví-la repetidamente.
If We Could Only See Us Now (2004)
Uma espécie de EP com algumas inéditas e algumas ao vivo e uns covers adaptados. Aqui nós vemos que o Thrice pega muita influência de Beatles nas letras, "homenageando-os" com um cover pesado pra "Eleanor Rigby", além de "Send me an angel" cover do Real Life. As inédias são "Eclipse", "Motion isn't meaning" e a minha preferida dessa compilação "(That) hideous strenght".
Vheissu (2005)
É o álbum politicamente correto do Thrice. Falando de como o homem está destruindo o nosso planeta, esse é o tema central do álbum e onde todas as músicas giram ao redor, falando desde poluição, desmatamento até politicagem. Aqui o Thrice apresenta uma veia (jugular) experimental, com muito mais efeitos de guitarra e a introdução de sintetizadores e teclados, que no álbum sucessor apareciam bem disfarçados, praticamente imperceptíveis. Talvez, esse seja o álbum que mais rende assunto quanto as suas letras, pois nesse álbum eu acredito que é o que eles aplicam o maior número de metáforas. Destaque para "Image of invisible" faixa de abertura, fala dos refugiados e dos excluidos, da massa que tem voz mas que infelizmente não é ouvida pelas autoridades. "Hold fast hope" pra lembrar que o Thrice ainda é pesado e soco na cara. "Music box" é talvez uma das sacadas mais geniais da banda, eles sampleam uma caixinha de músicas (dessas que quando abre começa a girar uma bailarina tocando uma musiquinha) e, simulando a musica nas guitarras, deixando o sampler tocar, a letra viaja por um mix de lembrança e sentimento de otimismo, de que tudo pode melhorar, que apesar de todos carregarmos o mal, todos também carregam o bem dentro de si. "Red sky" uma balada digna de fim de noite, vinho e uma boa companhia e aquele refrão que é característica do Thrice: sucesso na certa. Minha preferida é "Like moths do flames" pois pra mim, essa é uma das melhores metáforas usadas pelo quarteto em toda a discografia. Um amor doentio, sabendo que ele lhe faz mal, você continua a seguir, assim como as mariposas voam instintivamente em direção ao fogo, certas para morrer.
The Alchemy Index (2007/2008)
Deu o que falar. Álbum conceitual, quadruplo, onde cada CD representa um elemento da vida: terra, água, fogo e ar e teve cada um produzido por um membro da banda.
I Fire - Eddie Breckenridge
É o cd que representa o peso, a força, a confiança. Musicas extremamente pesadas, na mesma levada que as musicas pesadas de Vheissu, apresenta letras extremamente positivas. Destaque para "Firebreather", "The messenger" e "The arsonist", minha preferida é "Burn the fleet" praticamente um hino.
II Water - Riley Breckenrigde
Eletrônico e calmo. CD com músicas ambientes e letras leves. Apesar do clima down, não apresenta letras depressivas, apenas reflexivas. Destaque para "Digital sea" que tem um clipe surreal e "Open water". Minha preferida fica para "The whaler", que conta a história de um esquimó baleeiro.
III Air - Teppei Teranishi
Com uma pegada mais leve, apresenta um CD com mais variedade de letras e inclusive de ritmos. Dentro de 'Air', temos músicas extremamente tristes e músicas politizadas. Destaque para "Broken lungs", "The sky is falling" e "A song for Milly Michaelson". Minha preferida é, sem dúvidas, a melhor músicas de todo o álbum "Daedalus", música cujo o tema já fora abordado em "The artist in the ambulance", a história de Dédalo e Ícaro.
IV Earth - Dustin Kensrue
Acústico, a característica do álbum é justamente musicas raízes. Com uma pegada caipira, Dustin prova nesse quarto CD desse álbum que ele está apto a fazer todo o tipo de músicas. Destaque para "Come all you weary", "Digging my own grave" e "Moving mountains". Minha preferida é "The lion and the wolf", praticamente um conto de fadas.
Beggars (2009)
Agora sim o Thrice levanta a bandeira de uma banda alternativa. Lembra? Uma banda que vai do hard core ao country ao longo de sua carreira sem sofrer não poderia lançar um álbum diferente. A técnica vocal de Dustin é tão notável que quase dispensa segundas vozes na maioria das músicas. Mesclando músicas alegres e rápidas com baladas marcantes, o álbum aborda um tema comum mas que visto de forma muito mais crítica: nós homens somos todos pedintes. Com um instrumental que quase lembra bandas alternativas, ele tem uma pegada muito mais rock n roll, e dessa vez ele vem pra pegar de jeito os verdadeiros roqueiros. Quem ouvir e não gostar desse álbum, com certeza não entende de música tanto quanto uma pessoa mais esclarecida. Destaque para "All the world is mad" faixa de abertura, "In Exile" com um riff inicial lindo e comovente, "At the last" mais rápida e dançante. "Talking through glass/We move like swing sets" começa com uma cara de Thrice mas mistura o post hard core com um indie cru e dançante. Grande destaque para "Beggars" última faixa que nomeia o álbum. Ótima musicalidade, harmonia e letras. Comoventes e convncentes. Minha preferida é "The Weight", uma declaração de amor durona e antimaterialista. Vale a pena conhecer a música e a letra.
domingo, 15 de novembro de 2009
Thursday
Resolvi fazer um texto comentando, pela primeira vez, uma discografia completa de uma banda que eu adimiro muito a anos!
Thursday
Formada em 1997 nos Estados Unidos, em Nova Jersey na cidade de New Brunswick, eles apostaram no post hard core como estilo, incrementando elementos indie e experimentais em suas canções, além de ter um forte apelo literário.
Waiting (2000)
É quase estampado a influencia de Joy Division nas letras do Thursday. Nesse álbum de lançamento contamos com inclusive uma música chamada "Ian Curtis", que me parece um pouco como um pedido de socorro, um conselho do famoso ex-vocalista do Joy Division.
Sem dúvida, a minha música preferia desse CD é "Where the circle ends", um montante de riffs de guitarra limpa e baixo, com uma batida lenta e ao fundo o vocal recitando um poema que vai fazendo metáforas sobre a condição humana. Lindo.
Full Colapse (2001)
O álbum que fez o Thursday ser notado nacionalmente, muito mais agressivo, muito mais poético, muito mais experimental que o primeiro. Há quem diga que seja o melhor. NEste álbum eles abordam o tema da condição humana e dos conflitos de relacionamento de forma muito trágica como em "Paris in Flames". As músicas de abertura e desfecho não tem nome, apenas um código "A0001" e "i1100", dando uma idéia de modernismo. A musicalidade dispensa comentários, guitarras muito bem trabalhadas, junto com um baixo presente e uma bateria coerente. O vocal não é lá o melhor do mundo, mas ele com certeza sabe expressar através da voz um feeling muito sincero que fica marcado nesse álbum.
Destaque para "Autobiography of a nation" e "Hole in the world", mas a minha preferida é sem dúvidas o single desse álbum "Cross out the eyes".
War All The Time (2003)
Mais agressivo que o antecessor, é talvez o álbum mais ouvido do quinteto norteamericano. O tema do álbum é uma espécie de fim dos tempos, contrastando com os fins de relacionamentos e crises existenciais. Mais politizado que os antecessores, nesse álbum o Thursday procura mesclar uma produção mais elaborada com peso e lirismo. Destaque para "War all the time" que dá nome ao álbum, uma espécie de lembrança reprimida, onde ele compara o que ele sente a uma guerra que nunca acaba.
Ouça "This song brought to you by a falling bomb" e "Steps ascending", minha preferida do álbum é, sem dúvidas "Signals over the air", uma espécie de crítica à midia apelativa.
A City By The Light Divided (2006)
Mantendo o peso, dessa vez o Thursday inicia uma jornada por musicas com batidas rápidas. "Counting 5, 4, 3, 2, 1" é sem dúvida uma música da qual não se deve passar por despercebida. Quem curte Franz Ferdinand vai notar uma semelhança em um verso. Arrisco até a dizer que uma das bandas copiou a outra.
Vale lembrar que o Thursday fala muito de por fogo na cidade, ver tudo queimar, e isso não é diferente nesse álbum. O desejo deles por ver tudo em chamas consiste ainda nesse álbum, além de parecer que eles escreveram metade das letras num avião, muitas delas falam de voos e etc. Mas sem dúvidas, o tema principal desse álbum é um tributo a "luz".
Destaque para "Arc-lamps, signal flares, a shower of white (the light)" que na minha opinião dispensa comentários. Minha preferida? "Autumn leaves revisited".
Kill The House Lights (2007)
Muito mais maduros musicalmente e sem deixar o hard core de lado, o álbum já começa com um soco na cara "Ladies and gentleman: my brother, the failure". Infelizmente, o álbum não apresenta apenas músicas inéditas. 5 das 12 músicas são versões demo ou ao vivo de outras. Mas as inéditas fazem valer, com certeza. Letras muito mais penetrantes e trágicas, o CD é quase um musical violento e dramático. Muito mais forte que os outros, destaque para "Dead Songs", outra pancada. Legal também destacar "A sketch for time's arrow", "The roar of far off black jets" e "Music from kill the house of lights" que são apenas vinhetas instrumentais. Preferida: "Voices on a string", veja que linha de baixo linda ela tem.
Commom existences (2009)
Ainda não consegui baixar, depois faço um post apenas para esse álbum.
Thursday
Formada em 1997 nos Estados Unidos, em Nova Jersey na cidade de New Brunswick, eles apostaram no post hard core como estilo, incrementando elementos indie e experimentais em suas canções, além de ter um forte apelo literário.
Waiting (2000)
É quase estampado a influencia de Joy Division nas letras do Thursday. Nesse álbum de lançamento contamos com inclusive uma música chamada "Ian Curtis", que me parece um pouco como um pedido de socorro, um conselho do famoso ex-vocalista do Joy Division.
Sem dúvida, a minha música preferia desse CD é "Where the circle ends", um montante de riffs de guitarra limpa e baixo, com uma batida lenta e ao fundo o vocal recitando um poema que vai fazendo metáforas sobre a condição humana. Lindo.
Full Colapse (2001)
O álbum que fez o Thursday ser notado nacionalmente, muito mais agressivo, muito mais poético, muito mais experimental que o primeiro. Há quem diga que seja o melhor. NEste álbum eles abordam o tema da condição humana e dos conflitos de relacionamento de forma muito trágica como em "Paris in Flames". As músicas de abertura e desfecho não tem nome, apenas um código "A0001" e "i1100", dando uma idéia de modernismo. A musicalidade dispensa comentários, guitarras muito bem trabalhadas, junto com um baixo presente e uma bateria coerente. O vocal não é lá o melhor do mundo, mas ele com certeza sabe expressar através da voz um feeling muito sincero que fica marcado nesse álbum.
Destaque para "Autobiography of a nation" e "Hole in the world", mas a minha preferida é sem dúvidas o single desse álbum "Cross out the eyes".
War All The Time (2003)
Mais agressivo que o antecessor, é talvez o álbum mais ouvido do quinteto norteamericano. O tema do álbum é uma espécie de fim dos tempos, contrastando com os fins de relacionamentos e crises existenciais. Mais politizado que os antecessores, nesse álbum o Thursday procura mesclar uma produção mais elaborada com peso e lirismo. Destaque para "War all the time" que dá nome ao álbum, uma espécie de lembrança reprimida, onde ele compara o que ele sente a uma guerra que nunca acaba.
Ouça "This song brought to you by a falling bomb" e "Steps ascending", minha preferida do álbum é, sem dúvidas "Signals over the air", uma espécie de crítica à midia apelativa.
A City By The Light Divided (2006)
Mantendo o peso, dessa vez o Thursday inicia uma jornada por musicas com batidas rápidas. "Counting 5, 4, 3, 2, 1" é sem dúvida uma música da qual não se deve passar por despercebida. Quem curte Franz Ferdinand vai notar uma semelhança em um verso. Arrisco até a dizer que uma das bandas copiou a outra.
Vale lembrar que o Thursday fala muito de por fogo na cidade, ver tudo queimar, e isso não é diferente nesse álbum. O desejo deles por ver tudo em chamas consiste ainda nesse álbum, além de parecer que eles escreveram metade das letras num avião, muitas delas falam de voos e etc. Mas sem dúvidas, o tema principal desse álbum é um tributo a "luz".
Destaque para "Arc-lamps, signal flares, a shower of white (the light)" que na minha opinião dispensa comentários. Minha preferida? "Autumn leaves revisited".
Kill The House Lights (2007)
Muito mais maduros musicalmente e sem deixar o hard core de lado, o álbum já começa com um soco na cara "Ladies and gentleman: my brother, the failure". Infelizmente, o álbum não apresenta apenas músicas inéditas. 5 das 12 músicas são versões demo ou ao vivo de outras. Mas as inéditas fazem valer, com certeza. Letras muito mais penetrantes e trágicas, o CD é quase um musical violento e dramático. Muito mais forte que os outros, destaque para "Dead Songs", outra pancada. Legal também destacar "A sketch for time's arrow", "The roar of far off black jets" e "Music from kill the house of lights" que são apenas vinhetas instrumentais. Preferida: "Voices on a string", veja que linha de baixo linda ela tem.
Commom existences (2009)
Ainda não consegui baixar, depois faço um post apenas para esse álbum.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Do título
O povo brasileiro é conhecido por dois pontos caracteristicamente característicos e disso ninguém pode discordar.
O primeiro é a hospitalidade, disposição e criatividade. Isso poderia ser dividido em três partes, mas é visto apenas como um único fator positivo, uma vez que, de um modo geral, todo brasileiro carrega isso na sua personalidade. Claro que nem todos possuem com qualidade ou excesso as três, mas todos chegamos bem perto. Comparado aos franceses que não tem um pingo de hospitalidade, por exemplo, ou os ingleses e italianos que não tem lá muita disposição. Enfim.
O segundo é o fato de brasileiro ser o povo mais projetista do mundo. E isso é um estudo comprovado. DUVIDO que ninguém inicie um projeto pelo menos cinquenta vezes na vida. Pelo menos! E ainda to sendo bem humilde. Eu mesmo to com uns cinco em andamento; é o estúdio, é o blog, é a criação de um site noticioso, é o Rock n' Beats, que agora eu faço parte da equipe que escreve pro site, são as bandas, olha bem mais que cinco! hahaha!
Olhe seus projetos, todos os que você já se propôs a fazer, os que realizou, os que iniciou ou os que apenas vc projetou.
Eu já quis fazer HQ, loja de roupa, já quis ser tatuador, piloto de fórmula um, desenhista, poeta, escritor, roteirista, diretor de cinema, ator de teatro e cinema, jogador de futebol, handebol, basquete, volei. Loja de informática, técnico em informática, técnico em eletroeletrônica, químico, revolucionário, professor de artes, literatura, redação, lutador de judô, karatê, já quis praticar rapel, ser piloto de avião, piloto militar de caça f-16. Já quis ser skatista, patinador, baterista, vocalista, guitarrista, jornalista. Já quis ser promoter de festa, ser dono de uma casa de shows, de uma boate. Já quis casar, me mudar, aprender a surfar. Já quis ter um site, um blog, ser humorista, apresentador de rádio e tv, já quis desenhar roupas, fazer estampas, ser hype, nerd, punk, emo, músiscista clássico, já quis ser maestro, compositor, engenheiro e arquiteto.
Não sei como eu ainda não enlouqueci!
O primeiro é a hospitalidade, disposição e criatividade. Isso poderia ser dividido em três partes, mas é visto apenas como um único fator positivo, uma vez que, de um modo geral, todo brasileiro carrega isso na sua personalidade. Claro que nem todos possuem com qualidade ou excesso as três, mas todos chegamos bem perto. Comparado aos franceses que não tem um pingo de hospitalidade, por exemplo, ou os ingleses e italianos que não tem lá muita disposição. Enfim.
O segundo é o fato de brasileiro ser o povo mais projetista do mundo. E isso é um estudo comprovado. DUVIDO que ninguém inicie um projeto pelo menos cinquenta vezes na vida. Pelo menos! E ainda to sendo bem humilde. Eu mesmo to com uns cinco em andamento; é o estúdio, é o blog, é a criação de um site noticioso, é o Rock n' Beats, que agora eu faço parte da equipe que escreve pro site, são as bandas, olha bem mais que cinco! hahaha!
Olhe seus projetos, todos os que você já se propôs a fazer, os que realizou, os que iniciou ou os que apenas vc projetou.
Eu já quis fazer HQ, loja de roupa, já quis ser tatuador, piloto de fórmula um, desenhista, poeta, escritor, roteirista, diretor de cinema, ator de teatro e cinema, jogador de futebol, handebol, basquete, volei. Loja de informática, técnico em informática, técnico em eletroeletrônica, químico, revolucionário, professor de artes, literatura, redação, lutador de judô, karatê, já quis praticar rapel, ser piloto de avião, piloto militar de caça f-16. Já quis ser skatista, patinador, baterista, vocalista, guitarrista, jornalista. Já quis ser promoter de festa, ser dono de uma casa de shows, de uma boate. Já quis casar, me mudar, aprender a surfar. Já quis ter um site, um blog, ser humorista, apresentador de rádio e tv, já quis desenhar roupas, fazer estampas, ser hype, nerd, punk, emo, músiscista clássico, já quis ser maestro, compositor, engenheiro e arquiteto.
Não sei como eu ainda não enlouqueci!
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Beware
Não o pq desse título...
Pois é, long long time ago since i started minhas aventuras no mundo da gravação e produção musical e olha, muita coisa mudou em duas semanas!
Desde que postei "Mariana" aqui, fiz mais duas músicas do Garrafa Plástica, fiz algumas próprias e umas versões de covers.
Até fiz um myspace clica aqui
Mas... que preguiça de escrever...
;*
Pois é, long long time ago since i started minhas aventuras no mundo da gravação e produção musical e olha, muita coisa mudou em duas semanas!
Desde que postei "Mariana" aqui, fiz mais duas músicas do Garrafa Plástica, fiz algumas próprias e umas versões de covers.
Até fiz um myspace clica aqui
Mas... que preguiça de escrever...
;*
domingo, 27 de setembro de 2009
Aventureiros de toda a nação...
Só um adendo: esses dias li algum twitter que dizia algo sobre o "Brasil varonil" e... não seria "Brasil baronil" ou eu não entendi a piada mesmo?!
Anyway...
Cansado de gastar entre dois mil e quinhentos reais e três mil reais toda vez que minha banda grava uma demo, decidi que eu mesmo passaria a gravar minhas próprias músicas.
Decidi em 2007, mas um produtor me animou muito dizendo: uma placa de som boa custa em torno de dez mil dólares.
Mas percebi dois anos depois que ele havia dito aquilo pra eliminar concorrência.
Foi desleal, afinal, eu tinha 20 anos e ele uns 32, onde desses 32, pelo menos 12 ele se dedicou à gravação e produção musical.
Logo, eu estava apenas me aventurando.
Mas foi vendo um funcionário do estúdio dele gravando umas músicas em um notebook que eu decidi abrir o orkut e me jogar no mundo da gravação.
Primeiro passo: baixei 13 softwares e plugins de áudio profissional. Tentei algumas gravações mas tudo o que eu obtive foi uma semana em profunda depressão até que eu decidisse foder minhas economias e comprar uma placa externa de som. Ela é boa, mas eu paguei trezentos reais. Perto da de dez mil dólares, é... razoável.
Em dois dias sentado na frente do PC, saindo apenas para ir para a faculdade e encontrar a minha namorada (sou de carne e osso, ok?) consegui, finalmente, produzir minha primeira música, e é por isso que eu fiz esse post: pra todo mundo ouvir essa criação.
Claro que apresenta inúmeros defeitos de produção, mas poxa, pra primeia, em dois dias? Tá linda =)
Mariana - Garrafa Plástica (4shared)
É só clicar e quando a página abrir, apertar o playzinho pra ouvir, não precisa baixar ;D
Sobre a música:
Compus ela em dezembro de 2004. Eu tocava com o Marcel e o Paulo na banda Garrafa Plástica e a gente tinha brigado por algum motivo desconhecido. Fiz a música (que não fala de amizade ou reconciliação) mas ela foi o pretexto pra voltarmos a nos falar e tocar.
Foi a primeira música própria que o Garrafa começou a tocar em shows e eu tenho um imenso orgulho dela, mesmo ela sendo simplória na composição e letra.
Eu tentei manter a estrutura de quando nós tocávamos em 2005, mas depois de 4 anos é inevitável que ela não dê uma "modernizada". Porém, a 'idéia' é a mesma de 4 anos atrás =) quase 5 já ...
Segue a letra:
Mariana
Aconteceu de novo e eu não sei o que eu faço
Para conquistar o seu pequeno coração
Quando ela passa eu fico pensando
Em todos os momentos que já vivemos
Não dá pra esquecer...
Ela é tão linda, ela é brilhante,
É inteligente, é tão chocante
E conquistou meu coração
Não dá pra esquecer você
Que vive nos meus sonhos
Se eu tô na rua eu vejo você
Se eu vô no shopping eu vejo você
Em qualquer lugar você vai estar
Parece perseguição, premonição
Parece um sonho e eu jamais quero acordar
Não dá pra esquecer você
Que vive nos meus sonhos
Não dá pra imaginar a minha vida sem você
Você vai ter que me aceitar do jeito que eu sou...
Mariana...
Ouçam, comente, critiquem.
Anyway...
Cansado de gastar entre dois mil e quinhentos reais e três mil reais toda vez que minha banda grava uma demo, decidi que eu mesmo passaria a gravar minhas próprias músicas.
Decidi em 2007, mas um produtor me animou muito dizendo: uma placa de som boa custa em torno de dez mil dólares.
Mas percebi dois anos depois que ele havia dito aquilo pra eliminar concorrência.
Foi desleal, afinal, eu tinha 20 anos e ele uns 32, onde desses 32, pelo menos 12 ele se dedicou à gravação e produção musical.
Logo, eu estava apenas me aventurando.
Mas foi vendo um funcionário do estúdio dele gravando umas músicas em um notebook que eu decidi abrir o orkut e me jogar no mundo da gravação.
Primeiro passo: baixei 13 softwares e plugins de áudio profissional. Tentei algumas gravações mas tudo o que eu obtive foi uma semana em profunda depressão até que eu decidisse foder minhas economias e comprar uma placa externa de som. Ela é boa, mas eu paguei trezentos reais. Perto da de dez mil dólares, é... razoável.
Em dois dias sentado na frente do PC, saindo apenas para ir para a faculdade e encontrar a minha namorada (sou de carne e osso, ok?) consegui, finalmente, produzir minha primeira música, e é por isso que eu fiz esse post: pra todo mundo ouvir essa criação.
Claro que apresenta inúmeros defeitos de produção, mas poxa, pra primeia, em dois dias? Tá linda =)
Mariana - Garrafa Plástica (4shared)
É só clicar e quando a página abrir, apertar o playzinho pra ouvir, não precisa baixar ;D
Sobre a música:
Compus ela em dezembro de 2004. Eu tocava com o Marcel e o Paulo na banda Garrafa Plástica e a gente tinha brigado por algum motivo desconhecido. Fiz a música (que não fala de amizade ou reconciliação) mas ela foi o pretexto pra voltarmos a nos falar e tocar.
Foi a primeira música própria que o Garrafa começou a tocar em shows e eu tenho um imenso orgulho dela, mesmo ela sendo simplória na composição e letra.
Eu tentei manter a estrutura de quando nós tocávamos em 2005, mas depois de 4 anos é inevitável que ela não dê uma "modernizada". Porém, a 'idéia' é a mesma de 4 anos atrás =) quase 5 já ...
Segue a letra:
Mariana
Aconteceu de novo e eu não sei o que eu faço
Para conquistar o seu pequeno coração
Quando ela passa eu fico pensando
Em todos os momentos que já vivemos
Não dá pra esquecer...
Ela é tão linda, ela é brilhante,
É inteligente, é tão chocante
E conquistou meu coração
Não dá pra esquecer você
Que vive nos meus sonhos
Se eu tô na rua eu vejo você
Se eu vô no shopping eu vejo você
Em qualquer lugar você vai estar
Parece perseguição, premonição
Parece um sonho e eu jamais quero acordar
Não dá pra esquecer você
Que vive nos meus sonhos
Não dá pra imaginar a minha vida sem você
Você vai ter que me aceitar do jeito que eu sou...
Mariana...
Ouçam, comente, critiquem.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Yo!
Dessa vez minha crítica não será a Black Music, e sim ao "mass media"
coisa simples e rápida.
Quem conhece o Rap e o Hip Hop sabe que ele surgiu como movimento de uma contracultura e que ele fazia musicas em protesto à sociedade da época que eliminava a massa negra da sociedade, como se "o lugar deles" fossem onde era (nas periferias).
O lado positivo? Trinta anos depois um desses rappers ficou muito rico (Jay-Z) e trouxe todos os outros pro mundo dos ricos e famosos, agora sim eles são notados (e como são!). Tanto que hoje em dia existe até Balada Black Music em boate de gente "riquinha". Ou seja, o protesto chegou a nata da sociedade.
Lado ruim? Agora que eles são ricos e poderosos e estão sendo notados, qual é o foco da musica deles? Crítica política e social?!
NÃO!
Agora eles gostam de se exibir, como são ricos e estilosos e pegam garotas lindas e estilosas.
Cadê aquele hip hop "de esquerda" que lutava por melhores condições?
Pense nisso: a cultura Black foi 'homogeneizada' na sociedade ou eles apenas mudaram ela de lugar? O que antes era um protesto (que, mesmo que não sendo amigos, eram intimamente relacionados com os punks) agora virou um mero exibicionismo.
What the fuck?!
coisa simples e rápida.
Quem conhece o Rap e o Hip Hop sabe que ele surgiu como movimento de uma contracultura e que ele fazia musicas em protesto à sociedade da época que eliminava a massa negra da sociedade, como se "o lugar deles" fossem onde era (nas periferias).
O lado positivo? Trinta anos depois um desses rappers ficou muito rico (Jay-Z) e trouxe todos os outros pro mundo dos ricos e famosos, agora sim eles são notados (e como são!). Tanto que hoje em dia existe até Balada Black Music em boate de gente "riquinha". Ou seja, o protesto chegou a nata da sociedade.
Lado ruim? Agora que eles são ricos e poderosos e estão sendo notados, qual é o foco da musica deles? Crítica política e social?!
NÃO!
Agora eles gostam de se exibir, como são ricos e estilosos e pegam garotas lindas e estilosas.
Cadê aquele hip hop "de esquerda" que lutava por melhores condições?
Pense nisso: a cultura Black foi 'homogeneizada' na sociedade ou eles apenas mudaram ela de lugar? O que antes era um protesto (que, mesmo que não sendo amigos, eram intimamente relacionados com os punks) agora virou um mero exibicionismo.
What the fuck?!
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Antropologia ou antropofagia?
Olha como as aulas dessa semana me serviram para reflexão.
O texto abaixo eu comento um trecho de uma dissertação de Francis Wolff a respeito de uma possível definição para "Civilização e barbárie".
Hoje na aula de Antropologia Teológica, meu querido professor Lindolfo provocou-nos apresentando algumas definições para aqueles que buscam a "verdade" ou um "sentido da/na vida" a partir de duas vertentes ideológicas: os fundamentalistas e os relativistas.
Pra quem não sabe: fundamentalistas são aqueles que impõe uma verdade a força enquanto os relativistas são os que acreditam na ineficácia do ser humano de chegar a alguma verdade.
Fazendo uma breve discussão sobre como o relativismo não é uma resposta ao fundamentalismo e sim uma forma de, talvez, chegar em uma imposição de verdade, mas não a força, ele levantou a seguinte questão: "Para os relativistas, não existe verdade e as coisas são assim mesmo e tanto faz, cada um vive como quer e como acredita ser que a vida deva ser". E com esse pensamento ele nos provocou com um exemplo simples "a poligamia pode ser vista por um cristão de forma errada, ou seja, ela pode ser um ato contra uma fé, contra um Deus a tal ponto que essas verdades se confrontam. A partir do momento que eu assumo um pensamento relativista, eu devo ter uma visão crítica a partir dos meus valores pessoais mas saber respeitar a cultura externa. O cara tem quatro mulheres, eu acho errado mas eu respeito, pois eu sei que ele cresceu com a cultura de que o homem pode e em alguns casos deve ter quatro mulheres".
Tendo essa idéia em mente e juntamente com minha aula sobre "Civilização e barbárie" eu levantei o seguinte questionamento: "Até que ponto respeitar a cultura alheia é uma forma de aceitar o valor da vida humana?" como exemplo, usei os homens-bomba, já que a "missão" deles é simples: morrer em sacrifício a um deus e, com isso, matar outras pessoas que são pecadoras pois seguem outra filosofia de vida, dessa forma, o homem-bomba obtém o 'perdão' ou 'salvação' ou 'sei-lá-o-quê' divino e ainda liberta as almas que estavam pecando por "não fazer parte da mesma linha religiosa/ideológica". Até que ponto eu posso respeitar uma cultura que ameaça vidas, até então, inocentes pelo simples fato de essas pessoas acreditarem que estarão libertando as vítimas?
Tomar uma atitude suicida da qual outras vidas são sacrificadas sem que elas optem pela morte é, pra mim, uma visão fundamentalista de que a verdade é essa "morra e se liberte" e isso invade a minha liberdade de buscar a minha verdade, ainda que longe dessa de que, pra eu me salvar eu deva explodir vinte, trinta pessoas.
Relativistamente falando: eles não são detentores da verdade, então deixa que eles explodam algumas mil cabeças de pessoas que querem continuar a viver livremente mundo a fora.
Mas, como eu posso aceitar uma coisa dessas? E se eu não acreditar que existam 7 virgens me esperando no paraíso?
Morrer por atentado de homem-bomba me parece uma morte muito injusta: eu levo minha vida, não faço mal a ninguém, se eu for pai de família, trabalhador, de uma hora pra outra minha família pode entrar em ruína pelo simples fato de que uma pessoa resolveu me "salvar" sem que eu tivesse tal conhecimento. Então, ele ajudaria minha alma mas destruiria minha família? Que tipo de salvação é essa?
E mais, que tipo de pessoas nós somos a ponto de aceitar que isso cresça cada vez mais no mundo e ninguém estabelece um acordo de paz?
Se eles querem se matar e levar gente com eles, que morram as pessoas de mesma ideologia, por que eu não quero ter minha vida interrompida porque alguém decidiu me "salvar"...
Agora sim eu entro na questão: quem é civilizado? Quem é bárbaro?
Pode parecer meio autoritário e preconceituoso todo esse meu discurso mas eu assumo: eu também tomo atitudes bárbaras dia-a-dia; mas até que ponte desrespeitar a minha posição de "verdade" ou "sentido da vida" tirando a minha oportunidade de viver é civilizado?!
World in Danger...
O texto abaixo eu comento um trecho de uma dissertação de Francis Wolff a respeito de uma possível definição para "Civilização e barbárie".
Hoje na aula de Antropologia Teológica, meu querido professor Lindolfo provocou-nos apresentando algumas definições para aqueles que buscam a "verdade" ou um "sentido da/na vida" a partir de duas vertentes ideológicas: os fundamentalistas e os relativistas.
Pra quem não sabe: fundamentalistas são aqueles que impõe uma verdade a força enquanto os relativistas são os que acreditam na ineficácia do ser humano de chegar a alguma verdade.
Fazendo uma breve discussão sobre como o relativismo não é uma resposta ao fundamentalismo e sim uma forma de, talvez, chegar em uma imposição de verdade, mas não a força, ele levantou a seguinte questão: "Para os relativistas, não existe verdade e as coisas são assim mesmo e tanto faz, cada um vive como quer e como acredita ser que a vida deva ser". E com esse pensamento ele nos provocou com um exemplo simples "a poligamia pode ser vista por um cristão de forma errada, ou seja, ela pode ser um ato contra uma fé, contra um Deus a tal ponto que essas verdades se confrontam. A partir do momento que eu assumo um pensamento relativista, eu devo ter uma visão crítica a partir dos meus valores pessoais mas saber respeitar a cultura externa. O cara tem quatro mulheres, eu acho errado mas eu respeito, pois eu sei que ele cresceu com a cultura de que o homem pode e em alguns casos deve ter quatro mulheres".
Tendo essa idéia em mente e juntamente com minha aula sobre "Civilização e barbárie" eu levantei o seguinte questionamento: "Até que ponto respeitar a cultura alheia é uma forma de aceitar o valor da vida humana?" como exemplo, usei os homens-bomba, já que a "missão" deles é simples: morrer em sacrifício a um deus e, com isso, matar outras pessoas que são pecadoras pois seguem outra filosofia de vida, dessa forma, o homem-bomba obtém o 'perdão' ou 'salvação' ou 'sei-lá-o-quê' divino e ainda liberta as almas que estavam pecando por "não fazer parte da mesma linha religiosa/ideológica". Até que ponto eu posso respeitar uma cultura que ameaça vidas, até então, inocentes pelo simples fato de essas pessoas acreditarem que estarão libertando as vítimas?
Tomar uma atitude suicida da qual outras vidas são sacrificadas sem que elas optem pela morte é, pra mim, uma visão fundamentalista de que a verdade é essa "morra e se liberte" e isso invade a minha liberdade de buscar a minha verdade, ainda que longe dessa de que, pra eu me salvar eu deva explodir vinte, trinta pessoas.
Relativistamente falando: eles não são detentores da verdade, então deixa que eles explodam algumas mil cabeças de pessoas que querem continuar a viver livremente mundo a fora.
Mas, como eu posso aceitar uma coisa dessas? E se eu não acreditar que existam 7 virgens me esperando no paraíso?
Morrer por atentado de homem-bomba me parece uma morte muito injusta: eu levo minha vida, não faço mal a ninguém, se eu for pai de família, trabalhador, de uma hora pra outra minha família pode entrar em ruína pelo simples fato de que uma pessoa resolveu me "salvar" sem que eu tivesse tal conhecimento. Então, ele ajudaria minha alma mas destruiria minha família? Que tipo de salvação é essa?
E mais, que tipo de pessoas nós somos a ponto de aceitar que isso cresça cada vez mais no mundo e ninguém estabelece um acordo de paz?
Se eles querem se matar e levar gente com eles, que morram as pessoas de mesma ideologia, por que eu não quero ter minha vida interrompida porque alguém decidiu me "salvar"...
Agora sim eu entro na questão: quem é civilizado? Quem é bárbaro?
Pode parecer meio autoritário e preconceituoso todo esse meu discurso mas eu assumo: eu também tomo atitudes bárbaras dia-a-dia; mas até que ponte desrespeitar a minha posição de "verdade" ou "sentido da vida" tirando a minha oportunidade de viver é civilizado?!
World in Danger...
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Civilização e barbárie
Talvez a única reflexão acerca do tema que tenha surgido em aula hoje me faz discordar em gênero, número e grau do conceituado filósofo Francis Wolff.
Eu até pensei em desenvolver um texto gigante sobre o assunto, mas percebi que o sono já está começando a me atrapalhar, portanto só vou concluir.
O filósofo afirma a existência de sociedades civilizadas e sociedades bárbaras mas que, pra que elas coexistam, é necessário que a própria comunidade reconheça a sua posição 'civil'.
Isso me faz pensar em como ele mesmo se contradiz ao dizer que existem dentro de uma sociedade a civilização e a barbárie de forma que elas passam a ser um ponto de vista de quem observa. Por mais que ele não defenda essa idéia e sim a de que bárbaro é aquele que passa por um processo de desumanização ou selvageria.
Bom, vou apresentar a minha definição estabelecida para uma pessoa civilizada e uma pessoa bárbara:
Civilizados: são aqueles que podem viver em sociedades com costumes diferentes dos seus de forma respeitosa, aprendendo e ensinando.
Bárbaros: são aqueles que criam barreiras sociais a partir dos primeiros contatos com culturas alternativas e passam a excluí-la, seja de forma mais sutil ou seja de forma mais agressiva.
Portanto, não sei se uma pessoa é civilizada ou bárbara, mas sei que ela pode ser as duas em qualquer situação.
Eu até pensei em desenvolver um texto gigante sobre o assunto, mas percebi que o sono já está começando a me atrapalhar, portanto só vou concluir.
O filósofo afirma a existência de sociedades civilizadas e sociedades bárbaras mas que, pra que elas coexistam, é necessário que a própria comunidade reconheça a sua posição 'civil'.
Isso me faz pensar em como ele mesmo se contradiz ao dizer que existem dentro de uma sociedade a civilização e a barbárie de forma que elas passam a ser um ponto de vista de quem observa. Por mais que ele não defenda essa idéia e sim a de que bárbaro é aquele que passa por um processo de desumanização ou selvageria.
Bom, vou apresentar a minha definição estabelecida para uma pessoa civilizada e uma pessoa bárbara:
Civilizados: são aqueles que podem viver em sociedades com costumes diferentes dos seus de forma respeitosa, aprendendo e ensinando.
Bárbaros: são aqueles que criam barreiras sociais a partir dos primeiros contatos com culturas alternativas e passam a excluí-la, seja de forma mais sutil ou seja de forma mais agressiva.
Portanto, não sei se uma pessoa é civilizada ou bárbara, mas sei que ela pode ser as duas em qualquer situação.
domingo, 6 de setembro de 2009
Oh! Little girl...
Sixteen
Oh, little girl with your red and bright eyes
I'll keep my promise, please stay one more night
I swear I never mean to make you cry
Oh ah, little girl, back to me
And I will buy you a star or even the sky
Oh you're so sixteen
When I pretend to be so fourteen
And you're so blasé
I'm asking me why
I bought you some souveniers
But you're not here
And I'll keep waiting for your call
Oh you're so sixteen
C'mon little girl, moptop hair, Times Square
New York City, London, Praga, Paris, Madrid
Oh, you're not here
Oh you're so sixteen
When I pretend to be so fourteen
And you're so blasé
I'm asking me why
I bought you some souveniers
But you're not here
And I'll keep waiting for your call
Oh you're so sixteen
But i'm twenty-two years old and you nineteen
But sometimes i feel just like a little girl
In love with me...
Oh, little girl with your red and bright eyes
I'll keep my promise, please stay one more night
I swear I never mean to make you cry
Oh ah, little girl, back to me
And I will buy you a star or even the sky
Oh you're so sixteen
When I pretend to be so fourteen
And you're so blasé
I'm asking me why
I bought you some souveniers
But you're not here
And I'll keep waiting for your call
Oh you're so sixteen
C'mon little girl, moptop hair, Times Square
New York City, London, Praga, Paris, Madrid
Oh, you're not here
Oh you're so sixteen
When I pretend to be so fourteen
And you're so blasé
I'm asking me why
I bought you some souveniers
But you're not here
And I'll keep waiting for your call
Oh you're so sixteen
But i'm twenty-two years old and you nineteen
But sometimes i feel just like a little girl
In love with me...
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
UEPA!
Precisei falar algo:
EU JÁ TENHO UM CD SOLO FULL!
1. Uma Razão Para Viver
2. Doze Anos
3. You Know Me
4. Pop Culture On My Television
5. Domingo
6. Eu Acredito
7. Control
8. Sobre Cometas e Aviões (Até o Fim do Mundo)
9. Miss
10. This is not a Crime
11. My Revenge
BJSMEPATROCINEMRS
EU JÁ TENHO UM CD SOLO FULL!
1. Uma Razão Para Viver
2. Doze Anos
3. You Know Me
4. Pop Culture On My Television
5. Domingo
6. Eu Acredito
7. Control
8. Sobre Cometas e Aviões (Até o Fim do Mundo)
9. Miss
10. This is not a Crime
11. My Revenge
BJSMEPATROCINEMRS
Cenas Alternativas pt. 2
Lembra do "Cenas Alternativas"?
Descobri que as músicas que eu venho compondo são perfeitas pra essa minha banda que não existe.
COMOFAS///
Descobri que as músicas que eu venho compondo são perfeitas pra essa minha banda que não existe.
COMOFAS///
Listen
Vou postar 3 composições minhas que eu fiz em (pasmem) 3 dias =)
My Revenge
I hope i'd been clear
When I say that i never forget
All of your bitterness
I'll safe to plan my revenge
Take care with the choice of your words
'cause maybe tomorrow i could use against you
And if you have any doubt about our friendship
Well i don't give a damn shit about what you think
I hope i'd been clear
When I say that i never forget
All of your bitterness
I'll safe to plan my revenge
And i don't care to say "i hate, hate, hate"
When you fake your smiles to try to seen nice to me
I know that burn in your eyes when i'm talking
And i know that your wish is to try to kill to me
Comentário pessoal: Me inspirei em "Oh! Suzana" para compor a melodia e o ritmo, a letra eu gosto de pensar que é, talvez, um de meus piores defeitos: a vingança.
Miss
I miss the smell of your hair
I miss the touch of your hands
And I feel everyday more
That I miss You more than at all
I miss when we can't stop laugh
I miss all those things we call love
And I feel like we're stranger or
I'm alone in a middle of the dark
And all that I want You to know...
I'll be here by your side
And don't matter if it's wrong or right
I don't want that You look behind
'cause I'll be here by your side
And don't matter all those thing we've done
I'll forgive all mistakes we'll plan
It's so simple and I won't give up
From all those things we call love
I miss your voice in my ear
I miss your feets frozen mine
And all those things we say
When we use to be under a blanket
I miss the taste of your kiss
I miss the colour of your eyes
When You look at me
You never say "What did you see?"
Is it so hard to see
That I just need to be
Where I belong?
Comentário pessoal: Letra de amor e melodia chiclete. Mas confesso que gostei dela de forma muito peculiar (é sério, já compus algumas coisas melas-cuecas, mas essa é minha preferida)
Control
They swap our lives for TV shows
And now they say that we are alienated
And they blame us all
They took our rights and put their duties
And we forget to live a dream
And they all says this is a bullshit
And now we're all
fated to swallow all
their behavior's rules
to a momentary happy life
and i'm here again
tied to my own house
and i can't step out
no i can't go out
i can't watch to my own life
I am compelled to dress your life
And i can't just runaway
When are this hell goin' to stop?
And now we're all
fated to swallow all
their behavior's rules
to a momentary happy life
and i'm here again
tied to my own house
and i can't step out
no i can't go out
i can't watch to my own life
Comentário pessoal: Essa é a minha "bossa-indie" que fala sobre o controle da televisão sobre a mudança comportamental da sociedade de forma rápida.
Bônus:
Eu Acredito
Pode dizer, eu acredito que nada mudou
O quão longe chegamos e aqui estamos
Presos por nossos próprios sentimentos
Que um dia chegaram e ficaram
E nem ao menos se importaram
Se isso era bom, se era ruim,
Agora eu pergunto "o que será de mim?"
Se, ainda, eu não tenho nada pra falar
E nem ao menos um gesto pra mostrar
Que eu estou aqui
Pronto pra te ouvir e se possível compreender
Que essa situação não é lá tão boa
Eu bem poderia estar rindo a toa
Mas não posso deixar de ressaltar
Tantos danos causados só pra exercitar
Até quando você vai morrer
Com medo de que a vida fuja de você?
E eu bem queria me explicar
E assim poder me encontrar
Saber que eu estou aqui
Pode, quem sabe, nos ajudar
A reerguer as nossas vidas
Que eu mesmo destruí
Comentário pessoal: Como eu já postei "Sobre Cometas e Aviões (Até o Fim do Mundo)(basta procurar), vai essa que eu compus ano passado, mas que eu tenho um carinho especial por ela =)
Copyright ;D
Cópia total ou parcial, favor creditar
bjs
My Revenge
I hope i'd been clear
When I say that i never forget
All of your bitterness
I'll safe to plan my revenge
Take care with the choice of your words
'cause maybe tomorrow i could use against you
And if you have any doubt about our friendship
Well i don't give a damn shit about what you think
I hope i'd been clear
When I say that i never forget
All of your bitterness
I'll safe to plan my revenge
And i don't care to say "i hate, hate, hate"
When you fake your smiles to try to seen nice to me
I know that burn in your eyes when i'm talking
And i know that your wish is to try to kill to me
Comentário pessoal: Me inspirei em "Oh! Suzana" para compor a melodia e o ritmo, a letra eu gosto de pensar que é, talvez, um de meus piores defeitos: a vingança.
Miss
I miss the smell of your hair
I miss the touch of your hands
And I feel everyday more
That I miss You more than at all
I miss when we can't stop laugh
I miss all those things we call love
And I feel like we're stranger or
I'm alone in a middle of the dark
And all that I want You to know...
I'll be here by your side
And don't matter if it's wrong or right
I don't want that You look behind
'cause I'll be here by your side
And don't matter all those thing we've done
I'll forgive all mistakes we'll plan
It's so simple and I won't give up
From all those things we call love
I miss your voice in my ear
I miss your feets frozen mine
And all those things we say
When we use to be under a blanket
I miss the taste of your kiss
I miss the colour of your eyes
When You look at me
You never say "What did you see?"
Is it so hard to see
That I just need to be
Where I belong?
Comentário pessoal: Letra de amor e melodia chiclete. Mas confesso que gostei dela de forma muito peculiar (é sério, já compus algumas coisas melas-cuecas, mas essa é minha preferida)
Control
They swap our lives for TV shows
And now they say that we are alienated
And they blame us all
They took our rights and put their duties
And we forget to live a dream
And they all says this is a bullshit
And now we're all
fated to swallow all
their behavior's rules
to a momentary happy life
and i'm here again
tied to my own house
and i can't step out
no i can't go out
i can't watch to my own life
I am compelled to dress your life
And i can't just runaway
When are this hell goin' to stop?
And now we're all
fated to swallow all
their behavior's rules
to a momentary happy life
and i'm here again
tied to my own house
and i can't step out
no i can't go out
i can't watch to my own life
Comentário pessoal: Essa é a minha "bossa-indie" que fala sobre o controle da televisão sobre a mudança comportamental da sociedade de forma rápida.
Bônus:
Eu Acredito
Pode dizer, eu acredito que nada mudou
O quão longe chegamos e aqui estamos
Presos por nossos próprios sentimentos
Que um dia chegaram e ficaram
E nem ao menos se importaram
Se isso era bom, se era ruim,
Agora eu pergunto "o que será de mim?"
Se, ainda, eu não tenho nada pra falar
E nem ao menos um gesto pra mostrar
Que eu estou aqui
Pronto pra te ouvir e se possível compreender
Que essa situação não é lá tão boa
Eu bem poderia estar rindo a toa
Mas não posso deixar de ressaltar
Tantos danos causados só pra exercitar
Até quando você vai morrer
Com medo de que a vida fuja de você?
E eu bem queria me explicar
E assim poder me encontrar
Saber que eu estou aqui
Pode, quem sabe, nos ajudar
A reerguer as nossas vidas
Que eu mesmo destruí
Comentário pessoal: Como eu já postei "Sobre Cometas e Aviões (Até o Fim do Mundo)(basta procurar), vai essa que eu compus ano passado, mas que eu tenho um carinho especial por ela =)
Copyright ;D
Cópia total ou parcial, favor creditar
bjs
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
Kick me Out
Eu sei que quem ler vai negar até a morte, mas aqui vai os meus motivos pra afirmar que as bandas Muse, Thrice e The Strokes são as "salvações" do rock moderno:
NOTA: Enquanto existirem bandas clássicas lançando CD, o rock está a salvos (eu citaria bandas clássicas AC/DC e Iron Maiden e outras que eu não quero lembrar, por preguiça)
Quem ouvir os primeiros CDs do Thrice especificamente, vai falar que é mais uma bandinha de Post Hard Core que percebeu que "emo" não tava mais na moda e partiu pro alternativo...
A primeira impressão que causa é essa mesmo, Os 3 primeiros CDs (Identity Crisis 2001, Illusion of Safety 2002 e The Artist In The Ambulance 2003) tem muito de Hard Core e Post Hard Core, porém, o que me chama a atenção é que é uma banda que descobriu o estilo antes mesmo de ele existir no mundo inteiro. Se vocês forçarem a memória vão se lembrar que entre 1999 e 2004 bandas como Blink 182, Millencolin, Green Day e outros Pop Punk estavam pulsando na cabeça e nas rádios (especialmente dos EUA) e é a partir de 2003/2004 que bandas como Alexisonfire, Alesana e Underoath começam a fazer fama nos EUA, fazendo o estilo crescer, mas lembre-se que em 2003 Thrice lança seu último álbum de Post HC.
Em 2005 eles lançam o Vheissu, álbum que mantém o peso mas começa a partir pra um lado mais experimental do estilo, explorando teclados, pianos e efeitos de voz e guitarra, coisa que até então, as bandas de Post HC do momento se recusavam a fazer.
A partir de 2007 que algumas bandas do HC começam a "sair do armário" e assumir suas influências mais alternativas, que é justamente o ano em que o Thrice lança o "The Alchemy Index" álbum quadruplo econceitual, tendo cada CD um estilo TOTALMENTE diferente daquele que a banda se propôs a fazer no começo da carreira.
O mesmo ocorre com os The Strokes, que em 2001 lançam seu primeiro CD (Is This It), que é um total resgate ao estilo rock-junkie de ser, desses que a gente ouve que o vocalista morre de overdose/suicídio antes dos 27 anos ou coisa parecida (Joy Division, Nirvana, AC/DC, Led Zeppelin [no caso o baterista]) e lembra que eu falei que entre 1999 e 2004 o surto era Pop Punk "Malhação"?
Foi uma banda de extrema coragem ao lançar um álbum que fugia dos padrões dos EUA, um rock que chega a ser até um tanto quanto britânico, com alguma influência nas bandas punks da década de 70, um pouco de Lou Reed e outras coisas mais cruas.
Os álbuns que seguiram (Roon on Fire 2003 e First Impressions of Earth 2006) mantém a inovação dentro da "crueza" do rock n' roll dentro do estilo junkie de ser.
Vale lembrar que uma banda que tem um estilo "parecido" com o The Strokes e que surgiu 'antes' foi o The Hives, na Suécia.
E quanto ao Muse, vou deixar de lado as citações dos CDs, porque a principal característica da banda (além de ser um Power Trio) é o fato de eles se unirem aos efeitos sampleados de forma quase agressiva, mesclando toques de classiscismo em suas canções, ora pesadas e ora suaves.
E é só!
Discordem a vontade ;D
NOTA: Enquanto existirem bandas clássicas lançando CD, o rock está a salvos (eu citaria bandas clássicas AC/DC e Iron Maiden e outras que eu não quero lembrar, por preguiça)
Quem ouvir os primeiros CDs do Thrice especificamente, vai falar que é mais uma bandinha de Post Hard Core que percebeu que "emo" não tava mais na moda e partiu pro alternativo...
A primeira impressão que causa é essa mesmo, Os 3 primeiros CDs (Identity Crisis 2001, Illusion of Safety 2002 e The Artist In The Ambulance 2003) tem muito de Hard Core e Post Hard Core, porém, o que me chama a atenção é que é uma banda que descobriu o estilo antes mesmo de ele existir no mundo inteiro. Se vocês forçarem a memória vão se lembrar que entre 1999 e 2004 bandas como Blink 182, Millencolin, Green Day e outros Pop Punk estavam pulsando na cabeça e nas rádios (especialmente dos EUA) e é a partir de 2003/2004 que bandas como Alexisonfire, Alesana e Underoath começam a fazer fama nos EUA, fazendo o estilo crescer, mas lembre-se que em 2003 Thrice lança seu último álbum de Post HC.
Em 2005 eles lançam o Vheissu, álbum que mantém o peso mas começa a partir pra um lado mais experimental do estilo, explorando teclados, pianos e efeitos de voz e guitarra, coisa que até então, as bandas de Post HC do momento se recusavam a fazer.
A partir de 2007 que algumas bandas do HC começam a "sair do armário" e assumir suas influências mais alternativas, que é justamente o ano em que o Thrice lança o "The Alchemy Index" álbum quadruplo econceitual, tendo cada CD um estilo TOTALMENTE diferente daquele que a banda se propôs a fazer no começo da carreira.
O mesmo ocorre com os The Strokes, que em 2001 lançam seu primeiro CD (Is This It), que é um total resgate ao estilo rock-junkie de ser, desses que a gente ouve que o vocalista morre de overdose/suicídio antes dos 27 anos ou coisa parecida (Joy Division, Nirvana, AC/DC, Led Zeppelin [no caso o baterista]) e lembra que eu falei que entre 1999 e 2004 o surto era Pop Punk "Malhação"?
Foi uma banda de extrema coragem ao lançar um álbum que fugia dos padrões dos EUA, um rock que chega a ser até um tanto quanto britânico, com alguma influência nas bandas punks da década de 70, um pouco de Lou Reed e outras coisas mais cruas.
Os álbuns que seguiram (Roon on Fire 2003 e First Impressions of Earth 2006) mantém a inovação dentro da "crueza" do rock n' roll dentro do estilo junkie de ser.
Vale lembrar que uma banda que tem um estilo "parecido" com o The Strokes e que surgiu 'antes' foi o The Hives, na Suécia.
E quanto ao Muse, vou deixar de lado as citações dos CDs, porque a principal característica da banda (além de ser um Power Trio) é o fato de eles se unirem aos efeitos sampleados de forma quase agressiva, mesclando toques de classiscismo em suas canções, ora pesadas e ora suaves.
E é só!
Discordem a vontade ;D
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Manual de Curtição para Iniciantes por Gabriel Mialchi
Lição 1 - Conheça seus limites
É claro que nem todo mundo conhece a si mesmo depois de tomar umas ou outras. É claro que esse conhecimento é adquirido após certo tempo de 'experiência' com alguns infortúnios provocados a partir do consumo (na maioria dos casos exagerados) de bebidas alcoólicas.
O fato é que: toda vez que você for sair com os amigos, especialmente para um lugar desconhecido, sabia que existe, dentro de você, uma tolerância ao álcool do qual deve ser rigorosa e religiosamente respeitado, caso contrário sua noite será perdida e você não se lembrará dos bons momentos que teve ou poderia ter tido naquela situação.
Lição 2 - Conheça o ambiente
Chega a ser satisfatório para qualquer pessoa conhecer lugares novos: novas cidades, novos bares e por que não: novos amigos? Não seja tímido quando estiver em um ambiente totalmente desconhecido, tome um drinque e faça amizade com os garçons, bartenders, pessoas socialmente amistosas e garanta que sua noite será extremamente prazerosa; saiba quem são as pessoas que frequentam o lugar frequentemente, saiba quem é o gerente e especialmente: saiba onde ficam as instalações, para eventuais incovenientes.
Caso a Lição 1 seja violada, é importante que você saiba em primeiro lugar onde fica o banheiro e posteriormente onde fica o caixa do bar ou balada ou mesmo da casa da pessoa. Se você não conhece a cidade, tenha certeza de que você, pelo menos, saiba o caminho de volta para casa ou hotel onde está hospedado e também tenha em mãos o endereço com pontos de referência para o hospital mais próximo. Procure saber também onde ficam os mercados e pontos de fuga, é sempre bom garantir a noite.
Cópia total ou parcial, favor creditar.
Continua
Lição 1 - Conheça seus limites
É claro que nem todo mundo conhece a si mesmo depois de tomar umas ou outras. É claro que esse conhecimento é adquirido após certo tempo de 'experiência' com alguns infortúnios provocados a partir do consumo (na maioria dos casos exagerados) de bebidas alcoólicas.
O fato é que: toda vez que você for sair com os amigos, especialmente para um lugar desconhecido, sabia que existe, dentro de você, uma tolerância ao álcool do qual deve ser rigorosa e religiosamente respeitado, caso contrário sua noite será perdida e você não se lembrará dos bons momentos que teve ou poderia ter tido naquela situação.
Lição 2 - Conheça o ambiente
Chega a ser satisfatório para qualquer pessoa conhecer lugares novos: novas cidades, novos bares e por que não: novos amigos? Não seja tímido quando estiver em um ambiente totalmente desconhecido, tome um drinque e faça amizade com os garçons, bartenders, pessoas socialmente amistosas e garanta que sua noite será extremamente prazerosa; saiba quem são as pessoas que frequentam o lugar frequentemente, saiba quem é o gerente e especialmente: saiba onde ficam as instalações, para eventuais incovenientes.
Caso a Lição 1 seja violada, é importante que você saiba em primeiro lugar onde fica o banheiro e posteriormente onde fica o caixa do bar ou balada ou mesmo da casa da pessoa. Se você não conhece a cidade, tenha certeza de que você, pelo menos, saiba o caminho de volta para casa ou hotel onde está hospedado e também tenha em mãos o endereço com pontos de referência para o hospital mais próximo. Procure saber também onde ficam os mercados e pontos de fuga, é sempre bom garantir a noite.
Cópia total ou parcial, favor creditar.
Continua
quinta-feira, 30 de julho de 2009
One for the radio
Músicas que escrevi hoje =)
Pop Culture on my Television
Pop culture on my television
Pulp Fiction on the radio station
The art still the same along the time
But nothing seems alright, alright, alright
I'm sorry honey, it's just a question of time
And maybe someday i just realize
That nothing seems alright, alright, alright
Nothing seems alright when I say those things that I...
Well, i mean, I don't know why we stay
And this is not the song of our date
Baby you know i just care about you
Sometimes, i confess, i don't care but...
(I think, I shouldn't say that)
Tattoo artists signed on the wall
Pamphlets autographed in the hall
Celebrities keep walkin' on the stars
And I think I'm too drunk to go upstairs
But this is not just another love song
Well, maybe it is, but don't wanna think about
I'm too tired and I'm too bored
And nothing seems alright, alright, alright
Well, i mean, I don't know why we stay
And this is not the song of our date
Baby you know i just care about you
Sometimes, i confess, i don't care but...
(I think, I shouldn't say that)
C'mon closer and don't be shy
I wanna hear that everything's alright
Oh, we can try a different move
This is my world, this is my room (alright)
You say a lot of things
And I really don't give a shit of what you say
I just want to enjoy this night
And to secure that You will be fine
You Know Me
Well, you know me
The same pants, same shirts
same shoes, yeah you know me
You know that i'll say about
The same stuffs, you know
and so why you still here with me?
You know me
The same pants, same shirts
same shoes, yeah you know me
You know i get nervous when you're not around
But you know too that i'm nervous
when you're here, with me
saying all these things that you know
and i'm here, still wondering
why don't get bored about myself?
Quem for mestre em inglês: ME CORRIJA POR FAVOR! thks
Pop Culture on my Television
Pop culture on my television
Pulp Fiction on the radio station
The art still the same along the time
But nothing seems alright, alright, alright
I'm sorry honey, it's just a question of time
And maybe someday i just realize
That nothing seems alright, alright, alright
Nothing seems alright when I say those things that I...
Well, i mean, I don't know why we stay
And this is not the song of our date
Baby you know i just care about you
Sometimes, i confess, i don't care but...
(I think, I shouldn't say that)
Tattoo artists signed on the wall
Pamphlets autographed in the hall
Celebrities keep walkin' on the stars
And I think I'm too drunk to go upstairs
But this is not just another love song
Well, maybe it is, but don't wanna think about
I'm too tired and I'm too bored
And nothing seems alright, alright, alright
Well, i mean, I don't know why we stay
And this is not the song of our date
Baby you know i just care about you
Sometimes, i confess, i don't care but...
(I think, I shouldn't say that)
C'mon closer and don't be shy
I wanna hear that everything's alright
Oh, we can try a different move
This is my world, this is my room (alright)
You say a lot of things
And I really don't give a shit of what you say
I just want to enjoy this night
And to secure that You will be fine
You Know Me
Well, you know me
The same pants, same shirts
same shoes, yeah you know me
You know that i'll say about
The same stuffs, you know
and so why you still here with me?
You know me
The same pants, same shirts
same shoes, yeah you know me
You know i get nervous when you're not around
But you know too that i'm nervous
when you're here, with me
saying all these things that you know
and i'm here, still wondering
why don't get bored about myself?
Quem for mestre em inglês: ME CORRIJA POR FAVOR! thks
segunda-feira, 27 de julho de 2009
You make my heart beat faster
Ok, vou listar aqui as coisas que mais gosto nesse mundo (não serão incluídos sexo e drogas, ok?)
1- Meus amigos
2- Música
3- Rock
4- Cinema
5- Viajar
6- Me divertir (de qualquer forma)
7- Dormir
8- Tocar
9 e 10 seria bebidas, drogas alternativas e sexo... RSRSRS MEMTI
1- Meus amigos
2- Música
3- Rock
4- Cinema
5- Viajar
6- Me divertir (de qualquer forma)
7- Dormir
8- Tocar
9 e 10 seria bebidas, drogas alternativas e sexo... RSRSRS MEMTI
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Top marks for not tryin'
Pra mim a hipocrisia aparece de diversas formas, não apenas na clássica: Uma pessoa que levanta uma bandeira perante um grupo, mas perante outro, levanta uma bandeira totalmente contrária.
Ontem minha bandinha emogueidacu foi tocar em Andradas (Minas Gerais) e eu fiz o favor de levar um violão elétrico que tem aqui em casa que não é meu e nem do meu irmão, mas tá aqui tem mais de 3 meses e o dono nem se prontificou a vir buscar, logo, caso eu o tirasse de casa, era de total responsabilidade minha cuidar para que ele fosse para Andradas e voltasse inteiro, do jeito que saiu de casa.
Ok, ele foi e voltou inteiro, sem nenhum arranhão ou algo que o faça parecer de alguma forma prejudicado (nem desafinado ele voltou). Mas o problema não é esse.
Antes de contar o fato principal, vou fazer uma comparação que, no meu ponto de vista, será necessária para entender o porque de eu ter citado algo sobre hipocrisia:
Meu equipamento:
Guitarra Michael Stratocaster $300
Amplificador WarmMusic 60w $700
Pedal Onner Distortion $150
Pedaleira Zoom 505II $350
Cabos $100
Total: $1600
Equipamento do meu irmão:
Guitarra Epiphone Les Paul Special Serie $1800
Guitarra Ibañez Sharkteeth RG $1200
Amplificador Mesa Boogie Valvulado 30w $6000
Pedal Boss Chorus $250
Pedal Marshall Overdrive $300
Pedaleira Zoom 1010 $400
Case de pedais aveludado $200
Cabos $100
Total: $10250
Diferença: $8650
Ok, voltando ao assunto principal:
Estava eu (e ainda estou) sentado frente ao computador ouvindo Brianstorm do Arctic Monkeys (é tudo o que eu tenho ouvido, pois ainda falta decorar a letra/jeito de cantar) quando ele chegou em casa do serviço dele dizendo: "Você levou o violão ontem né?" e eu respondi "Sim..." e ele me disse "Você tá comendo bosta?" e eu olhei com cara de 'ué' e ele continuou "Esse violão nem é meu, você nem pediu..."
Agora vou falar algo sobre o equipamento de Dez mil, duzentos e cinquenta Reais dele: Quando tinha um mês que ele comprou a guitarra, ele (bêbado) a deixou cair no chão, quebrando 3 dos 4 botões que ela tem e riscando ela; a bag da guitarra está rasgada e eu não vejo sentido de ter um zíper, pois o rasgo é enorme; o amplificador Mesa Boogie dele está com uma ou duas válvulas com problema, ou seja, pega no tranco (quando pega) e apesar metade da potência do meu, dá muito (MUITO) mais som que o meu, sem contar a cor desbotada e marcas de copo; a case com os pedais está master suja e os pedais da pedaleira não funcionam (porque ele socava o pé sem dó pra mudar de efeito) e meu pai teve que fazer uma gambiarra/adaptação pra funcionar. E a guitarra Ibañez, coitada, ele tentou colocar captadores Saymour Duncan nela, mas foi um fracasso, agora o som está totalmente zoado, sem contar as vezes que ele deixava a guitarra cair no chão e (boa) parte da pintura foi prejudicada.
Meu equipamento: Minha guitarra teve uns problemas na parte elétrica, então eu troquei tudo, gastei $250 (captadores da Kent Armstrong), ainda tenho (intáctos) os captadores e escudo antigos, meu amplificador deu problema um dia, mas voltou sozinho (e melhor do que era antes, não me perguntem como ou porque) e ele não contém um arranhão ou marca de copo encima dele; minha pedaleira está praticamente nova, exceto por um mal contato no jack de Input dela e o pedal está em perfeitas (e ideais) condições de uso.
De tudo, eu acabei herdando a Ibañez dele, mas não tem como usá-la.
Assim, agora vem o que me deixa mais triste: ele tem um FUCKIN' equipamento BOM PRA CARALHO e não tem o menor cuidado ou zelo por ele; deixa tudo jogado de qualquer jeito e usa uma vez por ano (sim, ele toca guitarra uma vez por ano... UMA MALDITA VEZ POR ANO) e eu toco guitarra todo santo dia, sozinho, com banda, em dupla, tomando banho, whatever...
Uma pessoa gasta $10250 em equipamento fudido pra não tocar e não tem o menor cuidado com elas... Quando eu pego e uso e devolvo inteiro, sem faltar nada (e ainda guardo arrumadinho no quarto que é pra minha mãe não vir brigar comigo depois) ele chia e fala que eu não tenho o direito de "relar" nas coisas dele, por que são dele.
Se minha câmera tivesse com bateria, eu tiraria uma foto do equipamento dele agora e colocava aqui, pra provar que eu não to mentindo.
Agora eu digo, não é hipocrisia da parte dele vir brigar comigo por eu ter pego as coisas dele pra tocar, sendo que a última vez que ele tocou foi ano passado (já estamos em julho, crianças) e deixou tudo jogado de qualquer jeito?
Ontem minha bandinha emogueidacu foi tocar em Andradas (Minas Gerais) e eu fiz o favor de levar um violão elétrico que tem aqui em casa que não é meu e nem do meu irmão, mas tá aqui tem mais de 3 meses e o dono nem se prontificou a vir buscar, logo, caso eu o tirasse de casa, era de total responsabilidade minha cuidar para que ele fosse para Andradas e voltasse inteiro, do jeito que saiu de casa.
Ok, ele foi e voltou inteiro, sem nenhum arranhão ou algo que o faça parecer de alguma forma prejudicado (nem desafinado ele voltou). Mas o problema não é esse.
Antes de contar o fato principal, vou fazer uma comparação que, no meu ponto de vista, será necessária para entender o porque de eu ter citado algo sobre hipocrisia:
Meu equipamento:
Guitarra Michael Stratocaster $300
Amplificador WarmMusic 60w $700
Pedal Onner Distortion $150
Pedaleira Zoom 505II $350
Cabos $100
Total: $1600
Equipamento do meu irmão:
Guitarra Epiphone Les Paul Special Serie $1800
Guitarra Ibañez Sharkteeth RG $1200
Amplificador Mesa Boogie Valvulado 30w $6000
Pedal Boss Chorus $250
Pedal Marshall Overdrive $300
Pedaleira Zoom 1010 $400
Case de pedais aveludado $200
Cabos $100
Total: $10250
Diferença: $8650
Ok, voltando ao assunto principal:
Estava eu (e ainda estou) sentado frente ao computador ouvindo Brianstorm do Arctic Monkeys (é tudo o que eu tenho ouvido, pois ainda falta decorar a letra/jeito de cantar) quando ele chegou em casa do serviço dele dizendo: "Você levou o violão ontem né?" e eu respondi "Sim..." e ele me disse "Você tá comendo bosta?" e eu olhei com cara de 'ué' e ele continuou "Esse violão nem é meu, você nem pediu..."
Agora vou falar algo sobre o equipamento de Dez mil, duzentos e cinquenta Reais dele: Quando tinha um mês que ele comprou a guitarra, ele (bêbado) a deixou cair no chão, quebrando 3 dos 4 botões que ela tem e riscando ela; a bag da guitarra está rasgada e eu não vejo sentido de ter um zíper, pois o rasgo é enorme; o amplificador Mesa Boogie dele está com uma ou duas válvulas com problema, ou seja, pega no tranco (quando pega) e apesar metade da potência do meu, dá muito (MUITO) mais som que o meu, sem contar a cor desbotada e marcas de copo; a case com os pedais está master suja e os pedais da pedaleira não funcionam (porque ele socava o pé sem dó pra mudar de efeito) e meu pai teve que fazer uma gambiarra/adaptação pra funcionar. E a guitarra Ibañez, coitada, ele tentou colocar captadores Saymour Duncan nela, mas foi um fracasso, agora o som está totalmente zoado, sem contar as vezes que ele deixava a guitarra cair no chão e (boa) parte da pintura foi prejudicada.
Meu equipamento: Minha guitarra teve uns problemas na parte elétrica, então eu troquei tudo, gastei $250 (captadores da Kent Armstrong), ainda tenho (intáctos) os captadores e escudo antigos, meu amplificador deu problema um dia, mas voltou sozinho (e melhor do que era antes, não me perguntem como ou porque) e ele não contém um arranhão ou marca de copo encima dele; minha pedaleira está praticamente nova, exceto por um mal contato no jack de Input dela e o pedal está em perfeitas (e ideais) condições de uso.
De tudo, eu acabei herdando a Ibañez dele, mas não tem como usá-la.
Assim, agora vem o que me deixa mais triste: ele tem um FUCKIN' equipamento BOM PRA CARALHO e não tem o menor cuidado ou zelo por ele; deixa tudo jogado de qualquer jeito e usa uma vez por ano (sim, ele toca guitarra uma vez por ano... UMA MALDITA VEZ POR ANO) e eu toco guitarra todo santo dia, sozinho, com banda, em dupla, tomando banho, whatever...
Uma pessoa gasta $10250 em equipamento fudido pra não tocar e não tem o menor cuidado com elas... Quando eu pego e uso e devolvo inteiro, sem faltar nada (e ainda guardo arrumadinho no quarto que é pra minha mãe não vir brigar comigo depois) ele chia e fala que eu não tenho o direito de "relar" nas coisas dele, por que são dele.
Se minha câmera tivesse com bateria, eu tiraria uma foto do equipamento dele agora e colocava aqui, pra provar que eu não to mentindo.
Agora eu digo, não é hipocrisia da parte dele vir brigar comigo por eu ter pego as coisas dele pra tocar, sendo que a última vez que ele tocou foi ano passado (já estamos em julho, crianças) e deixou tudo jogado de qualquer jeito?
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