terça-feira, 17 de novembro de 2009

Thrice

Assumidamente a minha banda preferida, não sei exatamente porque comecei a fazer um release pelo Thursday.

Thrice

Formada em 1999 em Irvine, na Califórnia, a banda foi montada por Dustin Kensrue e Teppei Teranishi, amigos de escola, conheceram Eddie Breckenridge numa pista de skate que chamou o irmão Riley Breckenridge para se juntar a banda.

First Impressions (2000)

Um EP com 7 músicas bem produzidas se for pensar que foi a primeira "demo" da banda. Extremamente rápida, com melodias grudentas e backvocais extremamente afinados com guitarras solando virtuosamente, o Thrice deu uma visão totalmente diferente pro Hard Core na época. Falando basicamente de relacionamentos com uma pitada de moralismo, eles mantém uma linguagem com fortes pitadas de lirismo. Com certeza as primeiras impressões deixadas nesse álbum de lançamento da banda foram ótimas. Destaque para "All eyes" e "T&C" essa segunda que começa com uma reprodução de uma fala do Vedita quando descobre que o Goku é um Super Syajin (Dragon Ball Z). Minha preferida é "Opaque" que já começa com um riff de guitarra alucinante, o refrão é um acorde vocal cheio de escalas alternativas.

Identity Crisis (2001)

Com uma produção melhorada mas ainda muito próxima do primeiro EP, a banda apresenta nesse álbum inúmeras metalinguagens, característica da banda que dura até hoje. A velocidade continua apesar de ter um pouco mais de peso, mais gritos e menos excesso de vocais. Ainda podemos perceber que a voz do Dustin é de um adolescente apesar de notável o amadurecimento. Melodias cantantes em quase todas as musicas, mesmo com os berros, o álbum marca uma fase de transição da banda. Não deixe de ouvir uma versão melhorada para "T&C", mas dessa vez sem os diálogos de Dragon Ball Z. Destaques para "Phoenix ignition" música que a banda ainda toca ao vivo em ocasiões especiais, "Ultra blue" que é quase um pop punk com uma melodia lindíssima e "Under par". As vezes eu acho esse álbum muito parecido com alguma coisa do Metallica, musicalmente falando. Minha preferida dá nome ao álbum "Identity crisis".

The Illusion of Safety (2002)

Indiscutivelmente o melhor álbum do Thrice, porém, não é o melhor produzido. Musicalmente ele apresenta uma sincronia quase perfeita, é também o álbum em que o Thrice começa a adotar uma afinação diferenciada nos instrumentos para obter mais (muito mais) peso nas musicas. As letras tendem mais pro moralismo do que pro romantismo. Trabalhando uma técnica da poesia que mexe com os sentidos, o Thrice evoca grandes nomes da literatura inglesa e norte-americana nesse conceituado álbum, novamente, fazendo inúmeras metalinguagens. Eu destacaria todas as músicas na íntegra, mas algumas são mais que destaque, a começar pela faixa de abertura "Kill me quickly" onde ele trabalha excessivamente a poesia visual, com cores e formas. Não se assuste em "Betrayal is a sympton" onde há um desabafo e um conforto, afinal, 'traição é um sintoma' da condição humana. Novamente há uma poesia visual em "The red death", quase uma epopéia medieval com guitarras massacrantes. Não deixe também de ouvir "So strange i remember you" com uma intro perfeita e um vocal que anda no mesmo ritmo que a batida da música e uma melodia linda. Minha preferida do álbum é o hit eterno da banda "Deadbolt". Uma viagem pelos sonhos, uma experiencia de post-mortem, um desabafo, um grito de socorro. Pra mim, é a continuação de uma música que contém no álbum sucessor "The artist in the ambulance".

The Artist in the Ambulance (2003)

Mais pesados que no álbum sucessor, esse é, talvez, a obra prima do Thrice. Aclamado pela crítica especializada, esse álbum apresenta música para todo tipo de roqueiro, e eu digo isso por experiência própria. Muito mais engajados com a situação do nosso planeta e ao mesmo tempo, das decições que as autoridades tomam, fazendo o mundo tomar o curso que toma, o Thrice nesse álbum faz um paralelo sobre a forma da qual nós vivemos a nossa vida, questionando o "Live fast die young" grito de guerra dos indies britânicos. Abrindo o CD, um pedido de socorro àqueles excluidos da sociedade, "Cold cash colder hearts" fala exatamente da relação do rico com o pobre, mas de forma mundial. Destaque para "Under a killing moon" com uma produção impecável e uma pegada que realmente te pega de jeito. Destaque ainda para "Silhouette", "Stare at the sun", "Paper tigers" e "The melting point of wax" essa última que faz referência ao mito de Dédalo e Ícaro. Destaque especial para "The artist in the ambulance", que dá nome ao título. Nessa música, que tem uma das maiores letras do Thrice, eles põe em cheque tudo o que acreditam, novamente uma viagem pelo inconsciente, viagem post-mortem, um desabafo e um agradecimento. Essa canção nos faz pensar em tudo o que acreditamos e em tudo pelo qual lutamos para que nossa vida tome a forma que moldemos e te pergunta "valeu mesmo a pena? você morreria por isso?". Como eu disse, acredito que essa música é uma espécie de "Deadbolt pt2" porém, trabalhada de forma totalmente diferente. Mas minha preferida é "Blood clots and black holes" que tem uma bateria impecável, um peso surreal, uma letra de tirar o fôlego e uma vontade de ouví-la repetidamente.

If We Could Only See Us Now (2004)

Uma espécie de EP com algumas inéditas e algumas ao vivo e uns covers adaptados. Aqui nós vemos que o Thrice pega muita influência de Beatles nas letras, "homenageando-os" com um cover pesado pra "Eleanor Rigby", além de "Send me an angel" cover do Real Life. As inédias são "Eclipse", "Motion isn't meaning" e a minha preferida dessa compilação "(That) hideous strenght".

Vheissu (2005)

É o álbum politicamente correto do Thrice. Falando de como o homem está destruindo o nosso planeta, esse é o tema central do álbum e onde todas as músicas giram ao redor, falando desde poluição, desmatamento até politicagem. Aqui o Thrice apresenta uma veia (jugular) experimental, com muito mais efeitos de guitarra e a introdução de sintetizadores e teclados, que no álbum sucessor apareciam bem disfarçados, praticamente imperceptíveis. Talvez, esse seja o álbum que mais rende assunto quanto as suas letras, pois nesse álbum eu acredito que é o que eles aplicam o maior número de metáforas. Destaque para "Image of invisible" faixa de abertura, fala dos refugiados e dos excluidos, da massa que tem voz mas que infelizmente não é ouvida pelas autoridades. "Hold fast hope" pra lembrar que o Thrice ainda é pesado e soco na cara. "Music box" é talvez uma das sacadas mais geniais da banda, eles sampleam uma caixinha de músicas (dessas que quando abre começa a girar uma bailarina tocando uma musiquinha) e, simulando a musica nas guitarras, deixando o sampler tocar, a letra viaja por um mix de lembrança e sentimento de otimismo, de que tudo pode melhorar, que apesar de todos carregarmos o mal, todos também carregam o bem dentro de si. "Red sky" uma balada digna de fim de noite, vinho e uma boa companhia e aquele refrão que é característica do Thrice: sucesso na certa. Minha preferida é "Like moths do flames" pois pra mim, essa é uma das melhores metáforas usadas pelo quarteto em toda a discografia. Um amor doentio, sabendo que ele lhe faz mal, você continua a seguir, assim como as mariposas voam instintivamente em direção ao fogo, certas para morrer.

The Alchemy Index (2007/2008)

Deu o que falar. Álbum conceitual, quadruplo, onde cada CD representa um elemento da vida: terra, água, fogo e ar e teve cada um produzido por um membro da banda.

I Fire - Eddie Breckenridge
É o cd que representa o peso, a força, a confiança. Musicas extremamente pesadas, na mesma levada que as musicas pesadas de Vheissu, apresenta letras extremamente positivas. Destaque para "Firebreather", "The messenger" e "The arsonist", minha preferida é "Burn the fleet" praticamente um hino.

II Water - Riley Breckenrigde
Eletrônico e calmo. CD com músicas ambientes e letras leves. Apesar do clima down, não apresenta letras depressivas, apenas reflexivas. Destaque para "Digital sea" que tem um clipe surreal e "Open water". Minha preferida fica para "The whaler", que conta a história de um esquimó baleeiro.

III Air - Teppei Teranishi
Com uma pegada mais leve, apresenta um CD com mais variedade de letras e inclusive de ritmos. Dentro de 'Air', temos músicas extremamente tristes e músicas politizadas. Destaque para "Broken lungs", "The sky is falling" e "A song for Milly Michaelson". Minha preferida é, sem dúvidas, a melhor músicas de todo o álbum "Daedalus", música cujo o tema já fora abordado em "The artist in the ambulance", a história de Dédalo e Ícaro.

IV Earth - Dustin Kensrue
Acústico, a característica do álbum é justamente musicas raízes. Com uma pegada caipira, Dustin prova nesse quarto CD desse álbum que ele está apto a fazer todo o tipo de músicas. Destaque para "Come all you weary", "Digging my own grave" e "Moving mountains". Minha preferida é "The lion and the wolf", praticamente um conto de fadas.

Beggars (2009)

Agora sim o Thrice levanta a bandeira de uma banda alternativa. Lembra? Uma banda que vai do hard core ao country ao longo de sua carreira sem sofrer não poderia lançar um álbum diferente. A técnica vocal de Dustin é tão notável que quase dispensa segundas vozes na maioria das músicas. Mesclando músicas alegres e rápidas com baladas marcantes, o álbum aborda um tema comum mas que visto de forma muito mais crítica: nós homens somos todos pedintes. Com um instrumental que quase lembra bandas alternativas, ele tem uma pegada muito mais rock n roll, e dessa vez ele vem pra pegar de jeito os verdadeiros roqueiros. Quem ouvir e não gostar desse álbum, com certeza não entende de música tanto quanto uma pessoa mais esclarecida. Destaque para "All the world is mad" faixa de abertura, "In Exile" com um riff inicial lindo e comovente, "At the last" mais rápida e dançante. "Talking through glass/We move like swing sets" começa com uma cara de Thrice mas mistura o post hard core com um indie cru e dançante. Grande destaque para "Beggars" última faixa que nomeia o álbum. Ótima musicalidade, harmonia e letras. Comoventes e convncentes. Minha preferida é "The Weight", uma declaração de amor durona e antimaterialista. Vale a pena conhecer a música e a letra.

domingo, 15 de novembro de 2009

Thursday

Resolvi fazer um texto comentando, pela primeira vez, uma discografia completa de uma banda que eu adimiro muito a anos!

Thursday

Formada em 1997 nos Estados Unidos, em Nova Jersey na cidade de New Brunswick, eles apostaram no post hard core como estilo, incrementando elementos indie e experimentais em suas canções, além de ter um forte apelo literário.

Waiting (2000)

É quase estampado a influencia de Joy Division nas letras do Thursday. Nesse álbum de lançamento contamos com inclusive uma música chamada "Ian Curtis", que me parece um pouco como um pedido de socorro, um conselho do famoso ex-vocalista do Joy Division.
Sem dúvida, a minha música preferia desse CD é "Where the circle ends", um montante de riffs de guitarra limpa e baixo, com uma batida lenta e ao fundo o vocal recitando um poema que vai fazendo metáforas sobre a condição humana. Lindo.

Full Colapse (2001)

O álbum que fez o Thursday ser notado nacionalmente, muito mais agressivo, muito mais poético, muito mais experimental que o primeiro. Há quem diga que seja o melhor. NEste álbum eles abordam o tema da condição humana e dos conflitos de relacionamento de forma muito trágica como em "Paris in Flames". As músicas de abertura e desfecho não tem nome, apenas um código "A0001" e "i1100", dando uma idéia de modernismo. A musicalidade dispensa comentários, guitarras muito bem trabalhadas, junto com um baixo presente e uma bateria coerente. O vocal não é lá o melhor do mundo, mas ele com certeza sabe expressar através da voz um feeling muito sincero que fica marcado nesse álbum.
Destaque para "Autobiography of a nation" e "Hole in the world", mas a minha preferida é sem dúvidas o single desse álbum "Cross out the eyes".

War All The Time (2003)

Mais agressivo que o antecessor, é talvez o álbum mais ouvido do quinteto norteamericano. O tema do álbum é uma espécie de fim dos tempos, contrastando com os fins de relacionamentos e crises existenciais. Mais politizado que os antecessores, nesse álbum o Thursday procura mesclar uma produção mais elaborada com peso e lirismo. Destaque para "War all the time" que dá nome ao álbum, uma espécie de lembrança reprimida, onde ele compara o que ele sente a uma guerra que nunca acaba.
Ouça "This song brought to you by a falling bomb" e "Steps ascending", minha preferida do álbum é, sem dúvidas "Signals over the air", uma espécie de crítica à midia apelativa.

A City By The Light Divided (2006)

Mantendo o peso, dessa vez o Thursday inicia uma jornada por musicas com batidas rápidas. "Counting 5, 4, 3, 2, 1" é sem dúvida uma música da qual não se deve passar por despercebida. Quem curte Franz Ferdinand vai notar uma semelhança em um verso. Arrisco até a dizer que uma das bandas copiou a outra.
Vale lembrar que o Thursday fala muito de por fogo na cidade, ver tudo queimar, e isso não é diferente nesse álbum. O desejo deles por ver tudo em chamas consiste ainda nesse álbum, além de parecer que eles escreveram metade das letras num avião, muitas delas falam de voos e etc. Mas sem dúvidas, o tema principal desse álbum é um tributo a "luz".
Destaque para "Arc-lamps, signal flares, a shower of white (the light)" que na minha opinião dispensa comentários. Minha preferida? "Autumn leaves revisited".

Kill The House Lights (2007)

Muito mais maduros musicalmente e sem deixar o hard core de lado, o álbum já começa com um soco na cara "Ladies and gentleman: my brother, the failure". Infelizmente, o álbum não apresenta apenas músicas inéditas. 5 das 12 músicas são versões demo ou ao vivo de outras. Mas as inéditas fazem valer, com certeza. Letras muito mais penetrantes e trágicas, o CD é quase um musical violento e dramático. Muito mais forte que os outros, destaque para "Dead Songs", outra pancada. Legal também destacar "A sketch for time's arrow", "The roar of far off black jets" e "Music from kill the house of lights" que são apenas vinhetas instrumentais. Preferida: "Voices on a string", veja que linha de baixo linda ela tem.

Commom existences (2009)

Ainda não consegui baixar, depois faço um post apenas para esse álbum.