domingo, 17 de janeiro de 2010

That oldest blue T-shirt

Enquanto eu procurava pela minha camiseta azul, eu lembrei dos bons momentos que eu vivi com ela.

E todos eram ruins.

E eu pensei nela como um amuleto de azar. É só vestí-la que, inevitavelmente, algo de errado acontece. ainda assim eu a procurei e a vesti. E pensei: "Talvez eu queira que dê tudo errado hoje". E pela primeira vez, não sofri com isso. Afinal, pode dar tudo errado que amanhã ou depois, a nossa vida vai seguindo. Errinhos ou errões podem ser reparados. Só levam um tempo a mais ou a menos para se resolverem.

Mas quem carrega todos os problemas do mundo nas costas não liga pro peso do tempo.

Então eu decidi ser uma pessoa diferente. Vestir minha velha camisa azul, de gola cortada e marca barata e desbotada fez com que eu me sentisse diferente. Talvez seja o Dylan.

Minha primeira atitude foi dar feliz aniversário a todos os aniversariantes do dia de hoje, onde, alguns deles, são bons amigos que eu gostaria de ter sempre por perto.

Mesmo tendo mudado, eu ainda vestia a camisa azul. Aquele amuleto de azar.

Talvez seja hipocrisia da minha parte, ou até mesmo egoísmo, fazer as coisas esperando sempre algo em troca. E foi pensando nisso que eu decidi que não sofreria se não recebesse nenhum "Feliz aniversário" em julho. E também não sofreria mais se visse que todos os meus amigos tem outros amigos do qual eles também tem o direito de compartilhar os seus assuntos, pessoais e profissionais. Decidi que não sofreria mais por falta de atenção. E é difícil ter tomado essa decisão. Afinal de contas, minha imagem perante o mundo é de que minha vida é linda e perfeita e que eu sempre sei resolver meus problemas de forma arbitrária.

Como é que alguém assim pode sofrer por falta de atenção?

O fato é que eu cansei de passar horas chorando pras minhas amigas, dizendo que ninguém nunca quer nada comigo porque semrpe encontram alguém melhor que eu, em tudo. Bandas, namoros, empregos, grupos de amigos, faculdade. Durante vinte e longos dois anos eu sofri com a verdade de que eu era alguém extremamente descartável. A verdade de que sempre existia alguém melhor que eu pra fazer o que eu faço pela metade.

E durante esses vinte e fucking dois anos, eu pensava que o problema eram os outros, porque sempre me falavam que eu era bom demais pra ser simplesmente descartável por outra pessoa que não tem o mesmo empenho que eu pra fazer as coisas que eu faço, seja em tudo: banda, namoro, emprego, grupos de amigos, faculdade.

Percebi então que o problema não eram os outros, mas eu era o problema. Eu deixava os outros perceberem o quão eu era descartável em certo momento da minha relação com eles.

Vesti minha camisa azul, sabendo que poderia dar tudo errado, e sai de casa.

E seja o que a vida quiser!

3 comentários:

Jude Ventura disse...

uhum!

<3

Luiza Judice disse...

A verdade é que, de fato, sempre tem alguém melhor que você. Sempre.

O consolo é que, ao mesmo tempo, sempre tem alguém (ou muitos alguéns) pior.

Todo mundo é descartável e também extremamente necessário, dependendo do momento.

E na verdade não importa. "Melhor" ou "pior" não existem. Você, pra Fulano, pode ser melhor que Ciclano; da mesma forma que pra Ciclano, você pode ser pior que Fulano.

Estou bêbada e viajei, mas estou sendo sincera, huiehueh

E quando você usou essa camiseta azul, no Kitnet, naquele dia que rendeu fotos bonitas pro Erik, de você bebendo Heineken, nada de ruim aconteceu, a não ser o vômito no meu joelho, que rpa mim, na verdade, foi indiferente :D

E você usou hoje...
enfim. hahah

te amo :*

Anônimo disse...

O caso da camiseta é simples coincidência.
Se sentir descartável revela uma baixa insegurança de sua parte, entretanto, ela é normal em pessoas sensacionais. Um clássico exemplo é o de Isaac Newton, o qual tinha tendência a se sentir inferior aos outros, com isso ele resolveu estudar MUITO, com a finalidade de conseguir se igualar ou sentir-se melhor perante os outros. E deu no que deu, Sir Isaac Newton, um dos maiores físicos da história humana.
Vejo aspectos benéficos em sua escrita, digna de um virtuoso jornalista. Poucos escrevem como você escreve, a sua escrita é erudita. Pense nisso.
Aprimore mais e mais sua escrita, e ela chegará a perfeição.