sábado, 20 de março de 2010

Uma meia de cada cor

Aviso: Esse é um post sobre indignação.

Quando comecei o meu curso de jornalismo, ouvi, de um professor, jornalista e teólogo, algo que, ao longo do primeiro ano, me fez ter certeza de que eu estava no lugar certo.

"Busque, dentro do seu curso, a sua especialização. Ninguém é bom em TUDO, então, faça apenas aquilo que você é 100%"

E eu me considero 100% em alguma coisa, e eu busquei isso ao longo do primeiro ano.

Primeiro, a minha pauta era falar que uma ONG oferecia uma oportunidade de artistas gravarem seus cds a um baixíssimo custo, e a ONG cuidava do marketing da banda, dentro e fora do Brasil.
Segundo o meu professor de Jornalismo Impresso, não era jornalístico.

Depois, elaborei uma pauta que falava que existe um lugar em Campinas que cede espaço exclusivamente para artistas que tocam músicas próprias.
Meu professor de Jornalismo Auviovisual não considerou jornalístico.

Fiz uma pauta pra mostrar que os artistas se vendem ao entrar na mídia. Quis dar um foco regional, usando bandas de Campinas e região, uma reportagem que mostrava a busca das bandas pela fama e como elas encaravam isso.
Minha professora de Criatividade em Jornalismo disse que isso era "óbvio" demais.

Acreditando que o ano de 2010 seria diferente, por estarmos no segundo ano, com professores que julgávamos mais abertos a assuntos culturais, elaborei uma pauta que mostra um grupo de estudantes de Midialogia, na Unicamp, que, sem apoio nenhum, inclusive da própria faculdade, está produzindo uma banda. CD, Clipe, DVD.
Minha professora de Telejornalismo disse que não consegue ver "jornalismo" nesse assunto.

Então, a questão é: O que é jornalismo? Mostrar buraco na rua? Acordos políticos? Mostrar bunda, bola e sangue?

Porque o jornalismo cultural é mal visto, enquanto vemos matérias de vinte minutos nas TVs pra falar que o Santos trouxe o Robinho, o Corinthians o Ronaldo e o Roberto Carlos, o Palmeiras o Wagner Love e o Flamengo o Adriano?

O que é que tem de errado em mostrar ao público uma problemática cultural?

Pensando nisso, notei que a faculdade de jornalismo da PUC-Campinas é um tanto quando falha em infraestrutura.
Gastaram milhões de reais para a construção de ilhas de edição e estúdios de ótima qualidade mas não pensaram em algo um tanto quanto óbvio: o campus da PUC onde se encontra a Faculdade de Jornalismo fica a pelo menos 20 minutos do centro da cidade, de carro.

Nos resta então, fazer 4 anos de faculdade, falando do problema do trânsito do Campus, as novas direções, os desafios dos novos estudantes, trotes e coisas relacionadas exclusivamente à faculdade.

Eles até deixam a gente sair da área estudantil para elaborar matérias, mas para chegar ao local da gravação da matéria, fica por conta do aluno o deslocamento do equipamento. E não pode ser nem de ônibus e nem de moto.

Caso você, leitor (talvez o único do meu blog), ainda não tenha entendido o que eu disse: Só faz uma matéria digna quem tem um carro. Porque, além de pagar MIL REAIS por mês pra ter o direito de estudar, ainda temos de ter um carro e bancar do nosso bolso.

Daí a gente entende porque a Cásper Líbero é a MELHOR faculdade de Jornalismo do Brasil: Ela fica bem no MEIO da AVENIDA PAULISTA. Onde tudo acontece.

Pode até não acontecer nada no centro de Campinas. Mas ajudaria um bocado, não é mesmo?

Ao invés disso, temos no prédio central da PUC a faculdade de Direito.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Ego, ego, ísta...

"Todo ser humano é egoísta por natureza"

E essa foi a frase da minha semana. E eu descobri que era a frase de toda a minha vida. Eu egoísta?

Eu tive tanto medo, durante tantos anos de ser taxado como egoísta, caloteiro e trambiqueiro, mas no fundo, eu sou mesmo. Fazer o quê?

E quem não é?
Se eu não fosse egoísta, eu não teria nada. Nada objeto, nada sentimental, nenhuma experiência de vida. Eu quero viver a minha vida, quero ter as minhas coisas e as minhas conquistas. E não dá-las as pessoas que não fazem parte disso.

E eu sou egoísta mesmo e eu desenvolvi um egoísmo que, até esses dias eu não suportava mas tive de aprender a gostar, devido a convivência.

Pra não dizer que eu digo meias verdades, em "convivência" leia: TODOS os lugares.

Mas eu passei a ser egoísta com minhas palavras, meus pensamentos e meus sentimentos. Se são meus, talvez eu não queira dividir com ninguém.

Mas isso eu aprendi na raça. Desde que eu me dou por gente, eu aprendi a não por eles pra fora 1- porque ninguém se importa ou ouve e 2- porque quando exposto seus medos e segredos, todos o usam contra você mesmo.

E quem, senão eu mesmo, pra ser o meu pior inimigo? Quem me conhece melhor do que eu? Sabe dos meus segredos incontáveis? Dos meus pensamentos, idéias e ideais?

Sou egoísta e falo pouco e me expresso pouco.
O que ninguém sabe é que eu sei me expressa MUITO melhor do que aquilo que as pessoas estão acostumadas a ver.

"Como assim?"

Eu não disse que era egoísta com tudo o que era meu, desde o começo?